No início da madrugada desta quarta-feira (24), com o objetivo de encontrar indícios que pudessem colaborar com várias denúncias recebidas acerca de um ponto de venda de drogas na cidade de Bonito, policiais civis da Delegacia local fizeram campana para monitoramento de uma residência localizada na rua Joana Sorta, bairro Vila Donaria, onde puderam verificar movimento intenso de pessoas que chegavam até o local, recebiam a droga na residência e deixavam o local.
Os policiais identificaram ainda que diversos usuários chegavam até o local, compravam a droga na residência ou na frente da residência de três suspeitos e já realizavam o uso bem na rua.
Ao abordarem um dos usuários, com uma viatura descaracterizada, no momento em que o mesmo estacionou o carro em uma rua paralela para consumir o entorpecente, o suspeito sacou um revólver calibre 22 que portava, porém, ao perceber que se tratava de uma equipe policial jogou a arma no banco do veículo. A arma estava municiada, com 6 munições intactas.
Durante revista pessoal, o suspeito afirmou que em sua carteira havia uma trouxinha de cocaína, pois é usuário de entorpecentes e revelou o local e autor da venda. Em razão dos fatos foi dada voz de prisão, bem como foi feito o uso de algemas durante o trajeto até a Delegacia, para preservar a segurança da equipe e do flagrado.
Com a comprovação de que o local funcionava como boca de fumo, as equipes se reuniram e se dirigiram até a residência, onde os envolvidos foram presos em flagrante delito. Ao chegar no local a equipe abordou e separou dois usuários, que estavam bem em frente à residência e confirmaram que foram até o local para comprar entorpecentes.
O portão da casa (boca de fumo) estava trancado, sendo que um dos suspeitos estava do lado de dentro, passando os entorpecentes por cima do muro e por um buraco no muro, onde fica o registro de água da Sanesul.
Neste buraco do registro de água existia, inclusive, um pequeno espelho, para que os vendedores dos entorpecentes pudessem observar a movimentação da rua, sem se levantar.
Assim, foi necessário pular por cima do muro para ingressar na residência, para realizar a detenção do suspeito, posteriormente identificado como M.C.B. (21), dando tempo para que despejasse parte dos entorpecentes no tanque de lavar roupas existentes no local, que estava com o ralo tapado, com um pouco de água, preparado para tal fim, já que o tanque não possuía sequer encanamento.
Ao lado do tanque, no chão, próximo ao cavalete de água, foram localizadas duas pequenas porções de substância análoga a crack. Dentro do tanque foram localizados alguns papelotes já vazios, de cocaína, possivelmente dissolvida na água.
Após ingressar no local, o outro suspeito A.L.C. (26) se fechou no interior da casa, sendo necessário o uso moderado da força para a sua contenção, abordagem bem como a revista no local.
Durante a campana, os policiais notaram que outros dois criminosos - D.G.S.R. (19) e D.R.S (25) - ficavam do lado de fora da residência realizando o primeiro contato com os usuários e após negociar dirigiam-se até o muro da residência onde estavam M.C.B. e A.L.C., que passavam o entorpecente para ser entregue aos usuários que por vezes consumiam a droga ao lado da casa de A e por vez saiam tomando rumo desconhecido.
Durante as buscas ainda foram localizados 4 pinos plásticos vazios, recém utilizados, comumente utilizados para o armazenamento de cocaína, ao lado da porta da casa. D confirmou aos policiais que vendia drogas no local, em troca de entorpecentes e que o seu patrão era A. Confirmou ter vendido a última porção de cocaína para o usuário detido anteriormente, minutos antes da Polícia chegar no local. M também confirmou que estava no local realizando a venda de entorpecentes do tipo crack e cocaína e afirmou que já tinha vendido todo o entorpecente na presente data e que estavam esperando chegar mais drogas. Afirmou, ainda, para a equipe que vendia drogas em troca da própria droga para o seu consumo, sendo que a cada duas porções vendidas, ganhava uma.
No interior da casa foram localizados e apreendidos 5 aparelhos celulares, 3 máquinas de cartão de credito, 1 simulacro de arma de fogo, 1 parafusadeira, 1 furadeira, 1 cédula de dinheiro estrangeiro equivalente a 5.000,00 guaranis e ainda o valor em dinheiro trocado de R$ 1.557,00 (provenientes da venda de entorpecentes), sendo que o dinheiro estava embaixo da cama de A.
Importante mencionar que A.C.B. afirmou que no local funcionaria um Bar, todavia estava constantemente de portas fechadas, inclusive com cadeado no portão, bem como não foram encontramos no local itens que pudessem caracterizar o real funcionamento de um bar, ou seja, bebidas, lanches ou porções, cigarros ou qualquer item semelhante, sendo fachada como forma que dissimular o comércio de entorpecentes praticado no local.
Os envolvidos foram presos em flagrante e encaminhados à Delegacia de Polícia para os devidos fins de direito e responderão pelos crimes de tráfico de drogas e associação criminosa.