A Polícia Civil e Ministério Público investigam a denúncia de que um adolescente de 12 anos teria sido abusado sexualmente dentro de um abrigo em Campo Grande. O local é destinado a cuidar de crianças e adolescentes em situação de risco. O garoto faz tratamento psiquiátrico e toma remédios controlados, e conta que foi abusado enquanto dormia, por um colega da mesma idade.
"Fiquei chocada, ele estava em um lugar onde deveria estar protegido e não foi isso que aconteceu", disse a mãe do adolescente que teria sido vítima de abuso. A família do garoto só teria sido comunicada do fato uma semana depois, quando o adolescente foi levado para uma consulta com o médico psiquiatra.
A prefeitura de Campo Grande abriu sindicância para apurar a conduta dos responsáveis pela casa de abrigo. Havia seis adolescentes e dois educadores responsáveis pelo plantão no local, no dia em que o suposto abuso foi relatado. Todos deverão prestar depoimento à polícia. "Na confirmação desse abuso, vamos averiguar se nossos servidores foram coniventes ou omissos, e quais foram os responsáveis que deixaram isso acontecer", explica a secretária municipal de políticas, ações sociais e cidadania, Thais Helena.
A juíza da vara de infância e juventude Katy Braun explica que fiscalizações são feitas mensalmente por várias entidades nas casas de abrigo de Campo Grande, para evitar situações como essa. "Verificamos se a instituição está cumprindo as normas técnicas do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) quanto às formalidades do acolhimento, como alimentação, número de cuidadores, se os jovens estão acolhidos com autorização judicial e se frequentam escola. Também entrevistamos as crianças para que eles possam nos dizer se estão precisando de algo", afirma.