A execução de Juana Torres Vera, de 41 anos, ocorrida no início da tarde de segunda-feira (7), em Ponta Porã, a 326 quilômetros de Campo Grande, pode ter sido encomendada pelo ex-enteado dela. É o que indica as primeiras investigações da Polícia Civil, que trabalha com a hipótese de disputa por herança para a motivação do crime.
Conforme a polícia, Juana, que tem nacionalidade paraguaia e brasileira, estava em briga judicial com o ex-enteado. Ele já havia conseguido o bloqueio de três imóveis dela: dois em Bela Vista e um em Dourados, e ela já havia dito a amigos que tinha medo dele.
Na briga pela herança, o suspeito e a vítima já tinham passado por duas audiências de conciliação e um terceira estava marcada para 7 de fevereiro.
A polícia analisou mensagens no celular de Juana, ouviu familiares e o filho dela de 15 anos. Os dois moravam juntos em Ponta Porã e voltavam de Concepcion, no Paraguai, no momento do atentado. Ele foi baleado e socorrido para o Hospital Regional.
O suspeito de ser o mandante é brasileiro, tem residência no Brasil e no Paraguai, e até a publicação desta reportagem não tinha sido localizado. A polícia vai analisar imagens de câmeras de segurança para identificar os atiradores.
Juana foi atingida por vários tiros de calibre 9 milímetros. Ela foi socorrida, mas morreu antes de chegar ao Hospital Regional. O adolescente foi ferido por estilhaços de vidro e já recebeu alta.
Esta foi a primeira execução de 2019 na região de fronteira Brasil - Paraguai. No ano passado foram 24 mortes na cidade, e mais de 30 em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha, de acordo com o Ministério Público paraguaio.
Veículo onde estavam as vítimas, em Ponta Porã — Foto: Carlos da Cruz