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A FORÇA DA MULHER

Do sonho a realidade: Suelen é a 1ª mulher de MS a formar no curso de Operações Policiais

8 Mar 2024 - 17h17Por Top mídia News

A mulher quando nasce já é predestinada a ser boa mulher, mãe exemplar, dona de casa excepcional, e na maioria das vezes, submissa ao marido. Há casos de mulheres que param sua vida para se dedicar a família, há casos daquelas que deixam os sonhos de lados, e há aquelas que vivem tudo o que querem, mesmo sendo mãe e provedora do lar, afinal mulher tem que estar e fazer o que quiser. 

Algumas mulheres são julgadas por serem ousadas de mais, e não terem medo de ir de cabeça em profissões vistas apenas para homens, afinal não é o sexo da pessoa que determina se ela é boa no que faz. 

Exemplificando isso, Suelen Marinho conta o que determinou para se tornar Policial Penal, e a primeira mulher a chegar à final de um curso que só homens, e nem todos, finalizam. 


 

“Sempre gostei muito da área policial, sempre achei bacana, mas quando eu decidi que queria ser policial, eu trabalhava numa agência bancária e o banco foi assaltado, em 2008. Na época, eu super corajosa, fui lá, peguei o celular, liguei para polícia”, lembra.

Suelen conta que ficou encantada vendo os policiais, todos uniformizados, com ‘cara de mal’, e foi nesse momento que resolveu se tornar policial. Ela terminou a faculdade, e alguns anos depois, abriu concurso da Polícia Penal e da Polícia Civil. 

Na época, a preferência foi pela Polícia Penal, já que quem passasse ficaria em Campo Grande. Suellen diz que a primeira vez que fez um curso operacional, ela já tinha a ideia de como seria. Como sempre gostou, ela teve oportunidade de fazer quando a instituição que ela trabalha fez o primeiro curso operacional. “Eu fiz o primeiro curso que teve aqui no Estado, e passei. Durante o curso, foram 18 dias de internação, voltado todo para o sistema prisional, e eu super me identifiquei, me destaquei e adorei”, lembra. 

A formação de Suelen neste curso foi em 2019, ela conta que a partir daí ela se identificou ainda mais, se aprofundou e descobriu do que gostava. 

Em agosto de 2023, Suelen fez o curso da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras), ela conta que participou de todas as provas, e lá não tinha vaga para homem ou mulher, era uma vaga específica, então ela teve que competir, de igual, com os homens que estavam ali. 

Suelen foi tão focada em participar, que até a cabeça raspou, segundo ela, para fazer o curso não tem condições de fazer com cabelo grande. “É uma imersão total, uma fase rústica e de levar o corpo a um nível extremo, que a última coisa que você pensa é cabelo”. 

Ela fala que o processo foi tranquilo, já que quem faz o curso já sabe como é, e lá, tanto os homens quanto as mulheres, são iguais, são operadores. “Raspar a cabeça foi bem tranquilo, eu já tinha me preparado psicologicamente”, diz. 

Por ser um meio predominantemente masculino, Suelen se posicionou, se impôs, foi muito respeitada e mostrou que é ótima no que faz. 

“Entramos em 60 alunos. No primeiro e segundo dia de curso, já tinham saído quase 40 alunos. E eu fui sair do curso no décimo primeiro dia, que foi numa prova de água”, lembra. 

Porém, mesmo saindo, Suelen foi destaque, já que vivenciou todo o período rústico, passou pelas provas mais difíceis, e foi a primeira mulher que quase chegou à final do curso. 

“Quando eu saí do curso, o Garras me adotou de alguma forma, me treinaram e me enviaram para o curso de São Paulo, que é o mesmo curso, com começo em novembro. Eles me treinaram na saída do meu curso daqui até a data da entrada de lá. Eles que me batizaram, me treinaram, me mandaram representando a polícia aqui do Estado”, conta orgulhosa.

Em São Paulo, foram 18 dias internados. O curso tinha 50 homens e só Suelen de mulher. Ela conta que nos primeiros dias muitos saíram, e que desses 50, só 15 formaram, e desses 15, ela é a única mulher formada. “Como eu tinha acabado de sair do curso daqui, então eu estava bem treinada, com o psicológico melhor, físico mais adaptado”, explica. 

Suelen é mãe de duas meninas. Ela diz que o apoio da mãe e do padrasto foi fundamental para ela conseguir fazer o primeiro curso. As filhas entendem e já vivenciam a bastante tempo o amor que a mãe tem pela profissão. 

“Minha filha sabe Charlie Mike, ela entrou no mundo com a gente. Ela sabe oração, ela entende, e agora ela começou a se identificar. Então, acredito que talvez daqui a uns anos eu vou ter outra polícia na família, que ela gosta também”, conta orgulhosa.

Suelen, policial, guerreira, mãe e mulher, saiu de um casamento, com duas filhas pequenas, e encontrou no concurso público, não somente a liberdade financeira, mas sim realizar um sonho. 

“Eu brinco com as mulheres e falo que os meninos sabem se divertir muito mais do que a gente. Nós crescemos conduzidas ou ensinadas por outras mulheres, que temos que ser menina boazinha, a mulher que edifica, que cuida a família, cuida a casa. E a gente acaba se preocupando com coisas que homens não se preocupam. E eles são muito mais felizes em algumas questões do que nós, porque criamos umas limitações ridículas”.

E para você que tem um sonho e acha que ele está distante ou você não se acha capaz em conseguir fazer, Suelen deixa um recado. 

“A mulher tem que entender que tem que se divertir no trabalho, que também é capaz de fazer as coisas, que pode ter um corpo ‘maneiro’, mesmo se for mãe. Que pode ter uma vida financeira, mesmo sem ter homem bancando, fazendo as coisas. Tem que ser inteligente, trabalhar, reorganizar, reeducar e quem entrar na sua vida ou sair que seja só para agregar e não para diminuir seu patrimônio, sua alegria, sua vida, sua feminilidade”, finaliza Suelen.

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