O técnico Muricy Ramalho fez neste domingo, no empate em 0 a 0 contra o Flamengo, seu último jogo no comando do Fluminense.
Conforme a Folha antecipou, o treinador entregou o cargo logo após a partida. No momento, não há possibilidade de ele ir para o Santos.
Após o empate com o Flamengo, neste domingo, no Engenhão, o clube anunciou que Muricy não daria entrevista coletiva como previsto.
O treinador se manifestou apenas por meio de um comunicado oficial (leia abaixo).
"Quando cheguei ao clube foram prometidas duas condições: uma equipe para ser campeã e a melhoria na estrutura física do clube. O primeiro foi conquistado com o título do Campeonato Brasileiro de 2010, e o segundo, a melhoria na estrutura, não foi realizada", declarou em nota.
Minutos antes da divulgação do comunicado, o goleiro Ricardo Berna confirmou aos repórteres, na saída do Engenhão, que Muricy já havia se despedido dos jogadores no vestiário.
Quem falou sobre a saída do treinador ainda na noite deste domingo foi o presidente do Flu, Peter Siemsen.
"Ele tinha dois objetivos nno Fluminense. Um era o título, e ele conseguiu 100%. O outro era a melhoria do clube, coisa que ele acha que não alcaçou. E hoje ele não se sente satisfeito. Ele acha que não atingiu esse objetivo, e pediu para deixar o Fluminense", disse Siemsen.
Amigo de Muricy Ramalho, o vice-presidente de futebol do Flu, Alcides Antunes, foi demitido do clube na semana passada. A demissão, porém, não teria ligação com a saída do treinador.
"Nós vamos superar esta perda. Eu fui comunicado da saída do Muricy no sábado de manhã, então uma coisa não tem nada a ver com a outra", emendou o presidente do clube, sobre a demissão de Antunes.
"Os jogadores de forma dura e séria se comprometeram com o jogo [Fla-Flu]. Não comuniquei porque fui comunicado no sábado mas não participei da rescisão. Fui comunicado no sábado informalmente, e ontem à noite conversei com Muricy e tive um entendimento da decisão dele", explicou Siemsen.
Antes da partida começar, Muricy Ramalho defendeu o Antunes em entrevista aos repórteres no campo e preferiu não responder sobre sua permanência no cargo de treinador.
"Além de bom trabalho e de ter ajudado a ganhar o Brasileiro, o Alcides é meu amigo. Isso [a demissão] é com a diretoria. Eu só falo sobre isso [pedido de demissão] após o jogo", disse o treinador.
No clube, Muricy conquistou o Campeonato Brasileiro de 2010, quando foi eleito o melhor técnico. Neste ano, porém, o time não mostra o mesmo rendimento do ano passado.
No primeiro turno do Estadual do Rio de Janeiro, o Fluminense foi eliminado na semifinal pelo Boavista.
Na Taça Libertadores deste ano, a equipe não venceu uma partida sequer até o momento. Foram dois empates e uma derrota, e há o risco de o time ficar fora das oitavas de final.
Muricy é tetracampeão brasileiro --três desses títulos conquistados no São Paulo. Nos últimos seis anos, foi eleito cinco vezes o melhor treinador da competição nacional.
MURICY NO FLU
Muricy Ramalho se reuniu e com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, logo após a Copa do Mundo e a demissão do técnico Dunga.
No entanto, não aceitou o cargo de treinador da seleção brasileira em razão do contrato vigente com o Fluminense e o respaldo que dizia ter da diretoria e do patrocinador do clube.
Em seguida, Mano Menezes foi chamado para ser treinador da seleção no lugar de Dunga.
LEIA A ÍNTEGRA DO COMUNICADO DE MURICY RAMALHO
O técnico Muricy Ramalho deixou o comando do Fluminense neste domingo (13 de março), após o empate sem gols diante do Flamengo, pela 3ª rodada da Taça Rio.
"Tomei esta decisão há alguns dias, mas devido ao clássico de hoje, achei correto esperar o jogo. Quando cheguei ao clube foram prometidas duas condições: uma equipe para ser campeã e a melhoria na estrutura física do clube. O primeiro foi conquistado com o título do Campeonato Brasileiro de 2010, e o segundo, a melhoria na estrutura, não foi realizada. Quero muito agradecer a todos que trabalharam comigo durante esse período e dizer que meu ciclo foi encerrado no clube. Quero agradecer também a Unimed, através de seu presidente Celso Barros, parceiro em todos os momentos, pelo apoio recebido durante todo o meu trabalho, e ao Alcides Antunes, que batalhou junto. O agradecimento especial é para torcida do Fluminense pelo total apoio enquanto comandei o time. Desejo muito sorte e sucesso a diretoria, a equipe, aos funcionários e torcida ", declarou Muricy Ramalho.