O Teatro Imaginário Maracangalha apresenta o teatro de rua do MS em Brasília, Goiânia e Cuiabá durante essa semana. No repertório, “Tekoha -Ritual de vida e morte do Deus Pequeno”, Teatro de Rua em Cortejo que narra a trajetória do líder indígena guarani Marçal de Souza e sua resistência histórica na luta pela terra e direitos dos povos indígenas.
A palavra que dá nome ao espetáculo, TEKOHA, tem um significado muito peculiar para o povo Guarani. “Teko” significa modo de estar, sistema, lei, hábito, costume. Tekoha, assim, refere-se à terra tradicional, ao espaço do pertencimento da cultura guarani. É no Tekoha que os guarani vivem o seu modo de ser.
É deste modo, que o Teatro Imaginário Maracangalha, faz da rua a representação deste espaço tão sagrado aos Guarani. Sob direção do Diretor Teatral Fernando Cruz, os atores e atrizes Camilla Brito, Emanuel Mayer, Lika Rodrigues e Mauro Guimarães reúnem os elementos essenciais para a construção de uma leitura crítica sobre a luta guarani em Mato Grosso do Sul. “É imprescindível o estudo e leitura para a construção do espetáculo, o processo de pesquisa é fundamental para os atores e toda equipe. Deste modo percebemos a correlação de força envolvida, e que representam o poder como um todo e então levar à rua a história deste homem, desvelando o que aconteceu, e o que continua acontecendo." Afirma Cruz.
A história de vida do líder Marçal de Souza tem a dramaturgia e encenação criada em processo colaborativo, tendo como linha condutora a vida,luta, morte e o conflito no julgamento, além de uma leitura contemporânea do papel de instituições como imprensa, igreja, poder público e latifúndio, envolvidas no contexto de sua morte.
Marçal travou o principal embate político em Mato Grosso do Sul em relação aos direitos dos povos indígenas, principalmente aos guaranis - nhandéva, sua etnia. Incansavelmente, denunciou a invasão de terras pelos fazendeiros, explorações e ilegalidades acerca do desrespeito com as populações tradicionais, e logo se tornou alvo de perseguição dos latifundiários da região, recebendo intimidações e ameaças até seu assassinato em 1983. Os acusados por sua morte foram julgados, mas absolvidos.
A realização desta peça cumpre um importante papel social, pois ao aliar história e arte, através de formas alternativas de difusão, resgata a memória deste grande homem e estimula uma reflexão sobre a questão indígena da região.
O espetáculo foi apresentado na Aldeia Urbana Marçal de Souza e no Evento Avamarandu- “Os Guaranis convidam”/Ministério da Cultura. Teve Temporada de estréia na Praça Ari Coelho e em quatro aldeias indígenas urbanas. Participou do FESTCAMP(Festival Nacional de Teatro de Campo Grande )e da Mostra de Teatro de Rua da Rede Brasileira de Teatro de Rua em Campo grande, no ano de 2010. Contemplado com o Prêmio Artes Cênicas nas Ruas 2010/FUNARTE, o espetáculo inicia agora a circulação no Centro Oeste, com apresentações em Brasília, Goiânia e Cuiabá.
Todo o processo de elaboração, montagem e pesquisa você encontra no blog do grupo.
As apresentações em Brasília acontecem nos dias:
15/03- Ceilândia - Restaurante Comunitário de Ceilândia às 12 horas
16/03- Distrito Federal - Setor Comercial Sul - 17 horas
Em Cuiabá ficou assim:
19/03 - Praça alencastro-Centro -10 horas da manhã
19/03 - Praça das Lavadeiras-Lixeira-16:30
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