As primeiras horas do sábado registraram mais uma de dezenas de réplicas do tremor de magnitude 8,9 que destruiu a região leste do Japão. Um terremoto com magnitude 6,8 atingiu a mesma parte do país, informou o Instituto Geofísico dos Estados Unidos (USGS).
O epicentro deste novo tremor secundário foi situado a uma profundidade de 24 km, a 174 km a sudeste da cidade de Sendai, na prefeitura de Miyagi, devastada pelo tsunami provocado pelo terremoto de sexta-feira.
Todos os recursos disponíveis das Forças de Autodefesa (Exército) do Japão se mobilizaram para auxiliar nos trabalhos de resgate, especialmente nas províncias de Miyagi, Iwate e Fukushima, as mais afetadas pela tragédia.
As equipes de resgate ainda não conseguiram chegar às zonas mais afetadas, já que o alerta de tsunami ainda está em vigor, e, por isso, se desconhece o alcance exato dos danos.
Balanços iniciais dos danos indicam ainda que mais de 5 milhões de casas estão sem energia elétrica e ao menos 1.800 foram destruídas somente na região de Fukushima.
Autoridades das regiões mais atingidas estimam que 90% das casas na costa japonesa foram totalmente destruídas.
Quatro trens na área costeira entre as regiões de Miyagi e Iwate permaneciam desaparecidos, informaram as ferrovias japonesas. Não se sabe quantos passageiros estavam nos vagões.
PREMIÊ E RISCOS NUCLEARES
Além das mortes e estragos, o tremor de magnitude 8,9 seguido de tsunami causou ainda um vazamento de material radioativo na usina de Fukushima Daiichi Nº1 levando o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, a deixar Tóquio para sobrevoar as regiões atingidas e conferir a situação emergencial nas instalações nucleares da região.
De acordo com a agência Kyodo News, Kan deixou a capital japonesa num helicóptero para conferir de perto a catástrofe causada pelo pior terremoto da história do país. "Eu quero entender a situação", disse pouco após declarar estado de emergência pelo vazamento de material radioativo e ordenar a retirada de ao menos 45 mil moradores num raio de 10 km em torno de Fukushima Daiichi Nº 1.
Kan declarou ainda estado de emergência em outra usina, Fukushima Nº 2, e ordenou a retirada de moradores num raio de 3 km em torno da instalação que fica a 12 km da primeira.
No total, cinco reatores nas duas usinas já foram desligados e permanecem em situação emergencial.
As duas usinas ficam a cerca de 250 km ao norte de Tóquio.
O governo japonês confirmou o vazamento na usina nuclear Fukushima Daiichi Nº 1, e indicou que a concentração de material radioativo escapando das instalações já está oito vezes maior do que o normal. Na sala de controle, o nível de radioatividade foi de mil vezes maior do que o normal.
Um porta-voz da Tokyo Electric Power Co (TEPCO) disse que a empresa segue as ordens do governo e continua liberando vapor radioativo como medida de emergência.
"De acordo com as instruções governamentais, liberamos parte do vapor que contém substâncias radioatiovas. Acompanhamos a situação. Até o momento não há problemas", disse.