Entrará em operação no próximo dia 13, com cerca de dois anos de atraso, o grande campo de gás de Mexilhão, na bacia de Santos, que ajudará o Brasil a se tornar autosuficiente no combustível e, junto com outras descobertas na mesma bacia, alçará o país ao posto de exportador da commodity.
Mexilhão foi anunciado em 2003 como a maior descoberta brasileira de gás natural, com reservas de 70 bilhões m³, ou 30% das reservas na época, de 234 bilhões m³. Atualmente, as reservas provadas de gás da Petrobras são de 377 bilhões m³.
Mexilhão vai superar a produção de campos como Roncador, Urucu e Manati, todos da Petrobras e até então os campeões em volumes no Brasil, com produção de cerca de 5 milhões m³ cada. "Manati é o maior campo de gás do Brasil... até o dia 13", deixou escapar o presidente da Petrobras , José Sergio Gabrielli, em evento na terça-feira na Bahia, sem dar detalhes, mas sem esconder o entusiasmo com a notícia que ficou pela metade.
Na empresa o comentário é que apesar de ser um dos fatos mais importantes do ano para a Petrobras, não existe previsão de festa para a entrada em operação de Mexilhão, "sinal dos novos tempos de Dilma", opinou uma fonte próxima ao assunto. Outro motivo seria o fato de Gabrielli estar fora do país na data.
A entrada em operação de Mexilhão significa aumento de rentabilidade para a Petrobras e maior oferta de gás no país, garantindo o crescimento econômico, avaliou o diretor financeiro da companhia, Almir Barbassa. "São 17 milhões (m³) a mais de oferta de gás, que equivalem a 100 mil barris por dia (de petróleo). É muito mais energia disponível e a possibilidade de maior crescimento para a indústria", disse Barbassa à Reuters, aumentando em 2 milhões a previsão inicial do campo.
Mudanças no projeto de Mexilhão adiaram em alguns anos a produção, que vai girar em torno dos 15 milhões m³ por dia, ou metade do volume que é fornecido pela Bolívia atualmente ao Brasil.
Será a partir da estrutura montada em Mexilhão que o campo gigante Lula (ex-Tupi) terá garantia de escoamento de gás natural para terra, única maneira de viabilizar no curto prazo a produção expressiva do petróleo associado a esse gás.
O volume dos dois campos será escoado para terra por um gasoduto de 145 km de extensão e 34 polegadas de largura, que ligará a plataforma de Mexilhão à Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (UTGCA), no Estado de São Paulo.
A plataforma instalada em Mexilhão é a maior unidade fixa da Petrobras e uma das maiores do mundo. Uma estrutura mais sofisticada, que inclui planta de liquefação de gás natural flutuante, está sendo estudada para resolver a questão do escoamento do imenso volume de gás do pré-sal no longo prazo.
O campo de Mexilhão está localizado no litoral de São Paulo, a cerca de 160 quilômetros da costa e a uma lâmina d'água (profundidade entre a superfície e o leito do mar) entre 320 m e 550 m.
Para o gerente executivo de Contabilidade da Petrobras, Marcos Menezes, a expectativa com Mexilhão é de aumento de rentabilidade para a empresa. "Vai entrar em produção e vai trazer mais receitas, com menores custos, e vai melhorar o nível de lucratividade da empresa. É isso que nós esperamos", declarou.
Para o especialista em energia e diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, Mexilhão é apenas "um degrau de uma longa escada" que o Brasil vai subir na área de gás natural. "Há poucos anos estávamos atrapalhados com o gás pelos problemas políticos da Bolívia e há uns 3, 4 anos não tinha gás para atender as termelétricas. Com Mexilhão, que é só a ponta de um iceberg de gás na bacia de Santos, estamos com uma posição confortável", avaliou.
Ele disse, porém, que a produção deverá ser totalmente absorvida no mercado interno. "Não vai sobrar nada para exportar, tem uma demanda crescente", opinou.
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