Forma mais responsável de impedir a contaminação pelo coronavírus, o isolamento social traz uma situação de risco para vítimas da violência doméstica familiar: conviver mais tempo com o agressor. Na quarentena, ferramentas online de denúncia, oficiais ou não, ganham força.
Um documento da ONU Mulheres no Brasil alertou, no dia 20 de março, que o enfrentamento à Covid-19 tinha outro peso para mulheres e meninas, que passava desde a sobrecarga das atividades domésticas até o ato de agressão – moral, física ou sexual – dentro de casa.
Em Bonito, a Capital do Ecoturismo, não tem sido diferente e o município já registrou pelo menos quatro casos só nos primeiros dez dias de abril. Dos oito boletins de ocorrência registrados neste mês, a metade são de violência doméstica.
Um dos casos aconteceu com uma mulher de 26 anos que precisou ser internada após ser espancada e esfaqueada pelo marido, um homem de 25 anos. O suspeito levou a vítima até o hospital após a ‘sessão de tortura’. O crime aconteceu na madrugada do último dia 6, em Bonito.
Segundo o boletim de ocorrência, os militares foram acionados pela equipe médica. A vítima apresentava várias lesões no rosto, sendo na boca, região superior ao olho esquerdo (corte), hematomas na boca e olho esquerdo, fratura no nariz, e hematomas no braço direito.
Outro caso mais recente aconteceu nesta última sexta-feira (11), quando uma mulher de 35 anos também foi espancada pelo marido de 25. A vítima relatou que ela teve uma discussão com o agressor. Depois da briga, o suspeito saiu da residência e ao retornar, espancou a esposa que teve vários ferimentos na cabeça.
Denuncie! Vale lembrar que a violência doméstica pode ser também psicológica (ameaça, constrangimento, humilhação), patrimonial (controle do dinheiro, destruição de bens) e moral (calúnias e vida íntima exposta sem o consentimento).