A base de apoio da presidente Dilma Rousseff na Câmara rachou e não aprovará a reforma do Código Florestal sem novos recuos do governo. O cenário para a próxima tentativa de votação do projeto no plenário, marcada para terça-feira que vem, indica novas concessões na recuperação da vegetação nativa às margens de rios e na área de reserva legal nas propriedades.
As concessões em negociação poderão reduzir a exigência de recuperação da vegetação nativa às margens de rios mais largos, cujas áreas de preservação permanente chegam a 500 metros.
O governo sinaliza que poderá aceitar a recuperação de apenas 100 metros nas APPs acima de 200 metros. O restante seria considerado área de ocupação consolidada.
Outro recuo beneficiaria um número maior de proprietários rurais na dispensa de recuperar a reserva legal das propriedades. Além de produtores da agricultura familiar, ganhariam o benefício também produtores que trabalham em cooperativa.
Fragilidade. Esse cenário de novas concessões ganhou corpo ontem, depois da reunião da véspera de líderes governistas, três ministros de Estado e o relator do Código Florestal, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP).
A reunião, realizada no gabinete do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), deveria selar um acordo na base de apoio. O resultado, porém, foi uma demonstração da fragilidade do governo Dilma no primeiro grande teste de votos depois da fixação do salário mínimo em R$ 545.
Na base de Dilma, os ruralistas são maioria, e o adiamento da votação foi uma forma de evitar a derrota iminente do governo no plenário da Câmara. Ganhou-se tempo para uma nova tentativa de acordo.
A fragilidade do governo começou a ser exposta pelo próprio líder do governo na Câmara. Anfitrião do encontro de anteontem à noite, o deputado Cândido Vaccarezza alegou que a presidente Dilma Rousseff enfrenta pressões internacionais para preservar o meio ambiente. Mas cuidou de lembrar que ele mesmo apoiava a proposta do relator, contra a nova proposta avalizada por Dilma.
Até aquela altura, a presidente insistia em limitar aos produtores da agricultura familiar o benefício de não ter de recuperar a reserva legal das propriedades. O governo acenava também com a possibilidade de tratar dificuldades de recuperação da vegetação nativa às margens de rios mais largos por decreto.
Diante dos argumentos em defesa de benefícios a um número maior de produtores rurais, pesou pouco a ponderação do líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP). Em meio ao debate, o deputado lembrou: "O trem do governo é pesado." A força da expressão será posta em teste na próxima terça-feira.
Deixe seu Comentário
Leia Também

Campo Grande possui ao menos sete variantes do coronavírus

Morador de Jardim é preso com R$ 5 milhões em crack e cocaína no Paraná

Com o objetivo de padronizar as ações, Agepen institui o Projeto de Remição pela Leitura em presídio

Com sentimento de alívio e esperança, idosos com 61 anos e com comorbidades são imunizada em Bonito

Traficante abandona F4000 com quase 4 toneladas de maconha em mata

BOMBEIROS DE LUTO: Militar morre por complicações da Covid em MS

BORA TRABALHAR: Com 958 vagas em 25 cidades de MS, Miranda, Jardim e Guia Lopes na lista

BONITO: Secretaria de Educação e Cultura emite nota de pesar pelo falecimento de Ketlen da Cruz

Quer trabalhar na Gruta do Lago Azul?, cadastramento termina nesta terça-feira em Bonito (MS)
