Anna em Blausee (Lago Azul), considerado um dos mais belos da Suíça. (Foto: Arquivo Pessoal) -

Na missão constitucional de dar assistência jurídica a quem não tem condições financeiras de contratar um advogado, a rotina da defensora pública Anna Claudia Rodrigues Santos, 33 anos, é intensa. Mas, nos últimos anos, ela encontrou nas viagens pelo mundo um novo “respiro”.

Anna em Blausee (Lago Azul), considerado um dos mais belos da Suíça. (Foto: Arquivo Pessoal) Além de viver novas experiências em cada lugar visitado, ela passou a dar dicas nas redes sociais sobre os destinos visitados. Das mais baratas às mais caras, as dicas motivam seguidores com diferentes orçamentos.

“Comecei a falar do tema viagens com objetivo de ajudar as pessoas na organização, planejamento e roteiros de viagem e também para inspirá-las a buscar qualidade de vida através das viagens”, conta a defensora.

Em pouco tempo ela viu seu perfil, que hoje leva o nome do blog “Mala de Viagem”, explodir de seguidores. Atualmente, são mais de 161 mil. “Iniciei os 2 projetos (Instagram e blog) praticamente juntos. O Instagram eu iniciei em março de 2016 e o blog em outubro do mesmo ano. No blog eu escrevo os roteiros completos de viagens que já realizei ou dicas de destinos conforme o interesse do leitor. No Instagram eu compartilho dicas práticas de viagem e o meu estilo de vida”.

Anna no Parque Nacional de Torres del Paine
Além dos roteiros que já fez, ela fala de destinos indicados para cada mês do ano, viagens para lua de mel, viagens em família, destinos nacionais, destinos internacionais e por aí vai.

No início era apenas por diversão, mas na medida que sentia o interesse dos seguidores pelas dicas, buscou se especializar, estudar sobre mídias sociais, sobre técnicas de escrita para o blog e fazer com que seu conteúdo pudesse alcançar mais pessoas.

“Então posso dizer que, no início, eu não imaginava o potencial que isso poderia ter, mas com a resposta positiva do público, posso dizer que me senti motivada a persistir para de fato criar uma comunidade engajada e interessada nas minhas dicas e roteiros”, afirma.

Anna gosta de compartilhar suas viagens em tempo real. “Quando estou fazendo uma viagem, tenho como propósito “levar as pessoas comigo”. Elas poderão se valer das dicas futuramente, quando fizerem as mesmas viagens, ou simplesmente consumir o conteúdo para aprender um pouco mais sobre a história do local, as curiosidades do destino ou as diferenças culturais de cada país”.

Anna no Templo de Kom Ombo, que foi construído há mais de 2 mil anos.
Com a vida atarefada, ela organiza viagens para períodos de feriados e férias, sempre analisando com antecedência o calendário do próximo ano e conciliando as datas. “Quanto à criação do conteúdo diário, apesar da seriedade com que levo as mídias sociais, nunca deixei de tratá-las como um hobby, pois para mim é imprescindível que seja algo prazeroso e não uma obrigação. Então escrever, gravar, fotografar, editar nas minhas horas livres é divertido; algo que faço para relaxar no meu tempo de descontração e descanso”.

Sua maior alegria é ver a comunidade que formou com o tempo. “Eu recebo muitas mensagens de pessoas agradecendo pelo conteúdo, relatando como as dicas ajudaram elas de alguma forma. Esse reconhecimento é o que me motiva”.

A relação com os seguidores, ao longo do tempo, trouxe a liberdade para Anna compartilhar outro detalhe da vida, a transição capilar, que aproximou mais seguidores interessados. “A imagem que eu exteriorizava não representava mais o que eu estava sentindo internamente, comecei a alisar o cabelo na adolescência numa época que você tinha que se enquadrar aos padrões de beleza. Eu achava que para me sentir aceita era preciso alisar, até o ponto que eu vi que tinha mais tempo de vida com meu cabelo alisado do que natural e não fazia mais sentido pra mim”.

Foi então que iniciou o processo de transição e, naturalmente, compartilhou em suas redes. “Meu desejo era ressignificar o que era ter o cabelo enrolado, os meus traumas, e me apresentar como uma mulher bem resolvida. E percebi que as pessoas estavam precisando que eu falasse sobre assunto, fui muito acolhida e vi que muitas estavam nesse processo também”, finaliza a defensora.

Campo Grande News