O cinegrafista relata que o registro foi cheio de sorte. Foto: Bartolomeo Bove/Arquivo Pessoal

Acostumado a registrar grandes tubarões e crocodilos debaixo d’água, o cinegrafista italiano Bartolomeo Bove, de 43 anos, desembarcou em Mato Grosso do Sul com um desafio: ficar frente a frente com uma das maiores serpentes do mundo. Foi durante uma expedição subaquática, em Bonito, que o amante da natureza selvagem filmou de pertinho uma sucuri gigante.

O g1 conversou com o cinegrafista, que compartilhou detalhes do registro raro. As sucuris foram vistas no rio Formoso, um dos únicos lugares do mundo com água cristalina onde se é possível fazer os mergulhos e ficar próximo as anacondas brasileiras.

“O objetivo da minha expedição era encontrar uma enorme anaconda fêmea, assim como a que encontrei e filmei. Encontrei a sucuri no rio Formoso, que tem corpos d’água ao redor de Bonito e são os únicos lugares da América do Sul onde se é possível encontrar sucuris em águas cristalina e mergulhar com elas”, relatou Bartolomeo.

Na expedição, o cinegrafista ficou a poucos centímetros da sucuri gigante. Inclusive, em uma parte do vídeo, a cobra tira a língua para fora e lambe o suporte da câmera de Bartolomeo segurava. As filmagens foram feitas a uma profundidade segura e o cinegrafista usou cilindros de oxigênio para permanecer por mais tempo dentro d’águga, no rio em Bonito.

O italiano relatou que fazer os registros das sucuris foi repleto de sorte. Ao todo, Bartolomeo ficou cinco dias mergulhando no rio Formoso, desses, em três, o cinegrafista ficou bem próximo da sucuri gigante.

“Tive a sorte de encontrar este animal majestoso 3 dias diferentes dos 5 dias que passei mergulhando no rio para procurar sucuris. Durante toda a expedição estive com Juca Ygarapé e um assistente. Juca é um dos poucos especialistas em sucuri no mundo, extremamente conhecedor da vida selvagem da região e do comportamento da anaconda”, relembra Bartolomeo. Inclusive, o g1 já publicou flagrantes de sucuris feitos por Juca. Clique aqui e veja alguns.

O cinegrafista italiano mora na Flórida, nos Estados Unidos, há 17 anos e tem como base profissional as produções de imagens subaquáticas. Nos últimos oito anos, Bartolomeo atua como mergulhador e guia para mergulhos com tubarões. Além da vida embaixo da água, os animais são outra paixão do amante da natureza selvagem.

“No meu trabalho trago pessoas de qualquer idade e de qualquer nível de experiência em mergulho para ter a experiência em nadar com tubarões, diretamente no habitat natural do animal. Além dos mergulhos com os tubarões, ampliei nos últimos anos o interesse pelas espécies da vida selvagem por diferentes partes do mundo. Por estes ligares tive a oportunidade de estar frente a frente com criaturas aquáticas extremamente fascinantes”, compartilhou o cinegrafista.

Sucuri chegou bem pertinho de câmera de cinegrafista. — Foto: Bartolomeo Bove/Arquivo Pessoal

Os vídeos das expedições subaquáticas são compartilhados por Bartolomeo nas redes sociais. Para ver os registros completos das sucuris e de outras viagens feita embaixo d’água, clique aqui. Já para acompanhar o cinegrafista nas redes sociais, acesse este link.

Muito cuidado!

O cinegrafista relata que o registro foi cheio de sorte. — Foto: Bartolomeo Bove/Arquivo Pessoal

As expedições subaquáticas são sempre acompanhadas por profissionais treinados e que possuem autorização para realizar os mergulhos. Ficar próximo às sucuris exige muito cuidado! O fotógrafo da natureza Daniel De Granville, que também faz expedições em Bonito, compartilhou as regras que devem ser adotadas durante a aventura:

Não pode tocar nos animais;
Não é dado a garantia de que as sucuris serão encontradas (por não serem animais cativos ou habituados);
A equipe que decide o momento de deixar o animal ir embora;
Se notarem que a sucuri está cansada ou irritada, a aventura é abortada.

“Chegar perto de qualquer animal selvagem sempre exige cautela e conhecimento, então é preciso saber o que está fazendo. Se a pessoa não tiver muitas informações, experiência e autorização, nunca se deve chegar perto demais, a não ser que esteja acompanhada de um profissional habilitado”, enfatiza.

Daniel deixa claro que a legislação ambiental do Brasil prevê punições para aquelas pessoas que perseguem, capturam ou molestam animais silvestres. O biólogo garante que as expedições subaquáticas para ficarem cara a cara com as sucuris são acompanhadas por guias capacitados e habilitados.

“Sempre há um guia capacitado e habilitado, que saberá exatamente como proceder nestes casos, permitindo que o encontro com a sucuri seja uma experiência segura, agradável e inesquecível. Nos passeios que não exigem guia (como os balneários, por exemplo), o ideal é se afastar e chamar alguém da equipe local, como os guarda-vidas”, finaliza.