Trocar ar-condicionado por ventilador rende economia de até 20% na conta

Docente do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Anhanguera, Lucas Oberger explica que há vários fatores para o aumento do valor e consumo de energia, um deles é realmente o calor e a questão de muita gente ficar em casa por ser período de férias, mas também a questão das bandeiras tarifárias. “Fora os impostos que são cobrados em cima do valor final. Quanto maior o consumo, mais impostos serão cobrados”, explica.

Ainda conforme explica o docente, o valor da tarifa cobrada por kw/h não é a mesma para toda a população, o valor muda conforme o modo de entrada (monofásico, bifásico, trifásico) e também conforme a potência solicitada no dia em que foi pedida a ligação.

Lucas ainda dá dicas de como a população pode economizar e em quê. Um dos principais vilões, segundo ele, é o ar condicionado. O correto seria ‘inverter’. “Inverter é uma tecnologia inovadora de ar condicionado onde o mesmo controla a frequência de entrada de energia elétrica, sendo assim ele consegue aumentar a velocidade, por exemplo, do morto. A economia pode chegar a 30%”, explica. Quem tiver um aparelho muito antigo deve trocar, pois a tecnologia está vindo apenas nos modelos novos. Outro ponto positivo é que a vida útil do equipamento será maior.

“Outra coisa que costumo fazer pela minha empresa é a instalação de um equipamento chamado analisador de energia. Ele aponta possíveis fugas de eletricidade”, conta. A iluminação deve ser trocada por lâmpadas de led.
Outro grande vilão é o chuveiro e equipamentos que aquecem como chapinha, secador de cabelo, e secadoras de roupas que consomem muita energia. “O chuveiro, por exemplo, deve ser utilizado na água morna/fria. Quanto mais quente a água, mais energia será necessária para aquecer a mesma”, esclarece.

Ao contrário que muita gente pensa, o ventilador consome bem menos energia e se possível, o aparelho deve ser a 1° opção se a questão é economizar. “Já observei pessoas trocando o ar em salas por ventiladores de teto e obtiveram 20% de economia”, conclui.

Na região central, hoje (23) pela manhã, muita gente estava revoltada com os valores que vinham sendo cobrados. A jornalista Val Reis de 47 anos, explica que nada mudou na sua rotina, mas as contas vêm subindo desde outubro de 2018. “Temos três pessoas em casa. Duas só ficam a noite. Meu filho que fica mais tempo, mesmo assim no período todo não mudou nada na nossa rotina. Não aumentamos os aparelhos domésticos nem mexemos na instalação”, reclama.

Ela ainda afirma que tem ar condicionado, mas só liga a noite. Apesar de não aceitar a cobrança ela não chegou a entrar em contato com a concessionária nem o Procon. Quanto ao parcelamento, ela comenta que não irá beneficiar ninguém. “Eu não entendi. Além da conta altíssima a gente teria que pagar a parcela? Isso ajuda quem ? O negócio é rever os valores por que está sim abusivo”, diz revoltada.

Segundo a autônoma Neide Aparecida Silvério de 57 anos, o aumento foi na conta dela foi em torno de R$100. Ela acredita que seja por causa do calor sim. “A gente economiza no chuveiro, mas gasta no ventilador. O ar condicionado eu ligo só a noite, só que mesmo assim gasta né”, explica ela afirmando que apesar do aumento não ter sido como de outras pessoas que falam em até o dobro, ela está insatisfeita com o valor. “Com as férias meus netos estão o dia inteiro em casa, aí é TV ligada, celular, ventilador, só que mesmo assim, veio alta”, reclama.

“Eu pagava entorno de R$ 300 esse mês veio R$487, eu moro sozinho, não tem nem explicação pra esse aumento”, reclama o empresário José Motta de 57 anos. Ele explica que mesmo não consumindo tanta energia o valor não abaixa. “Só fica a geladeira ligada direto e passo roupa só uma vez na semana. Como pode explicar isso?”, questiona.

Também indignado com o valor, o caixa Sidney de Souza de 30 anos, disse que de R$ 40 o valor subiu para R$ 120. Ele ainda afirma que a explicação da concessionária não tem fundamento. “Nada a ver, na minha casa só tem um ventilador. Esse problema vem se repetindo desde novembro”, diz. Souza ainda conta que seus vizinhos também reclamaram o alto valor. “De todo mundo lá dobrou. Tenho um vizinho que pagava R$80 e veio R$190, dobrou”, conclui, alegando ainda que tentará dar entrada no pedido de tarifa social para conseguir continuar pagando a taxa.