Menu
terça, 23 de abril de 2024
Busca
praia parque cachoeiras

"Pegada Hídrica" calcula o consumo de água escondido nos produtos

28 Mar 2011 - 14h03Por Estadão.com

Um total de 140 litros de água são consumidos direta e indiretamente em toda a cadeia produtiva do café para que se possa tomar uma xícara dessa bebida, segundo a Water Footprint Network (WFN). Se trocarmos o café pelo chá, diz a organização, contribuiremos para a economia de água: para fazer uma xícara de chá padrão, de 250 ml, são necessários 30 litros de água.

Além do café e do chá, a WFN coloca à disposição dados sobre o consumo de água na elaboração de diversos produtos. Para um quilo de açúcar são consumidos em média 1,5 mil litros de água; para uma taça de vinho, 120 litros; para um quilo de carne bovina, 15 mil litros - dependendo das características regionais, há variação nos números. Essa quantidade de água para produção de um bem recebeu o nome de "pegada hídrica".

O holandês Arjen Hoekstra, diretor científico da WFN, criou há dez anos esse conceito, na Universidade de Twente. Porém, só mais recentemente o debate saiu da academia e começou a chamar a atenção de consumidores e empresas.

Na semana passada, Hoekstra participou de um encontro com empresários em São Paulo e também deu um curso, do qual participaram funcionários da Ambev, do Banco do Brasil, do HSBC e de Itaipu, entre outros.

A Natura, por exemplo, da área de cosméticos, é parceira da WFN e já começou a aplicar a metodologia da organização. "O primeiro estudo que realizamos em parceria com o WFN foi um piloto de cálculo da pegada hídrica de dois produtos do portfólio da Natura", diz Janice Casara, gerente de sustentabilidade da empresa. O piloto foi concluído no ano passado e, agora, estão sendo realizadas pesquisas complementares.

De acordo com Hoekstra, as empresas por enquanto estão numa "fase exploratória" - ou seja, ainda não estão num estágio de ter metas de redução de pegada hídrica. Ele conta que há grande interesse em geral da indústria de bebidas e de alimento, mas que ainda não provocou muita curiosidade do setor da mineração. "Enquanto o consumidor vê a relação entre o gasto de água para a produção de comida e bebida, o mesmo não ocorre com a mineração. Então, o setor fica mais quieto."

Segundo Hoekstra, o objetivo não é necessariamente criar selos ou certificação para quem medir a pegada hídrica. Mas simplesmente conseguir ampliar a conscientização e reduzir o consumo de água. "Não adianta fazer um selo se isso não significar uma diminuição do uso de água", opina.

No levantamento da pegada hídrica entre os países, o Brasil está pouco acima da média mundial - são 1.381 metros cúbicos per capita por ano, contra 1.243 metros cúbicos per capita ao ano no mundo. Para se ter uma ideia, a da China é de 700 e a dos Estados Unidos, de 2,5 mil.

Quem tiver interesse, é possível calcular a pegada hídrica pessoal no site www.waterfootprint.org.

Sem vilões. O ex-secretário estadual do Meio Ambiente Xico Graziano está preocupado com o uso do conceito de forma preconceituosa, colocando a agricultura como vilã. Ele também discorda das campanhas ambientais que defendem que para ser ecológico é preciso voltar ao passado.

"Mas acho interessante contar, além dos custos econômicos, o custo dos recursos naturais, especialmente a água. As empresas podem usar isso como ferramenta de marketing e o consumidor poderá optar pelo que emite menos gás carbônico e menos água. Faz parte da preparação para uma economia verde."

O QUE É LEVADO EM CONTA PARA A PEGADA

Água azul

Volume de águas superficiais e subterrâneas consumidas como resultado da produção de um bem ou serviço.

Água verde

Volume de água da chuva consumida durante a produção. É relevante principalmente para produtos agrícolas e florestais e se refere à perda de água da chuva de campos e plantações por transpiração, além da água incorporada ao produto colhido.

Água cinza

Indicador de poluição de água doce que pode ser associado a um produto ao longo de sua cadeia de abastecimento global. É calculado como o volume de água necessário para diluir os poluentes de tal forma que a qualidade da água continue acima dos padrões de qualidade.

?

Leia Também

SAD divulga gabaritos do concurso da Saúde e abertura de prazo para recurso Oportunidades
SAD divulga gabaritos do concurso da Saúde e abertura de prazo para recurso
Traumatizada e com saudade, família de menino morto atropelado muda de endereço Triste
Traumatizada e com saudade, família de menino morto atropelado muda de endereço
Avó encontra neto morto e família pede ajuda para custear velório em MS Ajuda
Avó encontra neto morto e família pede ajuda para custear velório em MS
Prefeito Josmail assina convênio para melhoria da Infraestrutura na Rota do Quati Investimento
Prefeito Josmail assina convênio para melhoria da Infraestrutura na Rota do Quati
Com foco na inovação pedagógica escolar, Governo de MS promove seminário para coordenadores Evento
Com foco na inovação pedagógica escolar, Governo de MS promove seminário para coordenadores
Sequestrador do irmão de Zezé Di Camargo e Luciano que fugiu de MS é recapturado Após 4 anos
Sequestrador do irmão de Zezé Di Camargo e Luciano que fugiu de MS é recapturado
Motociclista é atingido por carro e socorrido inconsciente em MS Acidente
Motociclista é atingido por carro e socorrido inconsciente em MS
Feirão é oportunidade de conquistar emprego na manhã desta terça-feira Oportunidades
Feirão é oportunidade de conquistar emprego na manhã desta terça-feira
Homens suspeitos de estuprar criança em MS são presos pela polícia Caso de polícia
Homens suspeitos de estuprar criança em MS são presos pela polícia
Ponte do Coqueiro ficará interditada por 30 dias em Bonito Interdição
Ponte do Coqueiro ficará interditada por 30 dias em Bonito
Bonito Informa
Avenida 09 de Julho 2135 - Centro - Bonito/MS/MS
(67) 99638-6610rogerio@bonitoinforma.com.br
© Bonito Informa. Todos os Direitos Reservados.