A situação da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi foi definida como “muito grave” pelo governo japonês. O número de mortes em consequência do terremoto e do tsunami passa de 10 mil pessoas, enquanto 17,5 mil estão desaparecidas.
"Ainda não estamos em uma posição de ser otimistas ", disse o primeiro-ministro Naoto Kan, em Tóquio, depois da deterioração das perspectivas sobre a Usina de Nuclear de Fukushima 1. Ele afirmou ainda que a perspectiva continua "muito grave " nos reatores 1, 2 e 3. "Seguiremos informando com exatidão.”
O presidente agradeceu as equipes que trabalham na Região Central e expressou solidariedade com os trabalhadores que na quinta-feira (24) sofreram queimaduras graves nas pernas em razão do contato com água radioativa. A alta radioatividade no líquido encontrado na sala de turbinas obrigou os técnicos a saírem do local, interrompendo os trabalhos de reparação dos reatores 1 e 2.
Segundo a empresa que opera a usina, a Tepco, o líquido tinha uma radioatividade de 3,9 milhões de bequeréis por centímetro cúbico, 10 mil vezes maior que o normal. Hidehiko Nishiyama, um porta-voz da Agência para a Segurança Industrial e Nuclear (NISA), disse que o aumento da radioatividade no recipiente de líquido pode superaquecer o combustível usado.
Nishiyama afirmou que a água provavelmente vem do núcleo do reator, aumentando temores do início de um processo de fusão. Ou seja, a ligação do núcleo que desencadeia uma reação. "Temos alguns problemas com a proteção contra a radiação", afirmou o funcionário, que pediu a Tepco maior proteção dos trabalhadores na operação da planta.
A Tepco começou a bombear água potável em vez de água do mar esta tarde no reator 1, na sequência de um pedido de Washington para impedir processos de corrosão. O Exército vai transportar grandes quantidades de água para resfriar os reatores, disse o ministro da Defesa Toshimi Kitazawa.
O governo japonês pediu as pessoas que moram em um raio de 30 quilômetros (km) da central para irem para lugares mais afastados. A recomendação não é baseada em razões de segurança, mas para tentar evitar "problemas cotidianos", segundo o porta-voz Yukio Edan.
O chefe de gabinete da Agência Internacional de Energia Atômica, o argentino Rafael Grossi, disse a um canal de televisão que o material radioativo liberado na atmosfera pela planta em Fukushima "é mínimo e não apresenta perigo para a saúde" .
O ministro da Economia, Banri Kaida, disse que o Japão está considerando um novo protocolo de segurança nuclear. A Tepco pediu um empréstimo de 1,5 trilhões de ienes, equivalente a US$ 18.500 milhões, nos principais bancos do país para enfrentar os efeitos de acidentes na usina nuclear.
O governo japonês informou que os danos do desastre ultrapassam os US$ 300 bilhões.
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