Muitas mulheres ficaram apreensivas com a cena da nova novela da TV Globo Amor à Vida. No capítulo exibido no início da semana, Luana (personagem interpetrada por Gabriela Duarte) e seu bebê morrem após um parto normal. A causa da morte foi doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG), mais conhecida como pré-eclâmpsia.
Segundo a ginecologista Neila Maria Dahas Jorge Rocha, presidente da comissão de Mortalidade Materna da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), a ideia de que parto normal é perigoso em caso de pré-eclâmpsia é um mito.
A novela não tem compromisso com a realidade, mas o temor dos especialistas é que, em um País com altos índices de partos por cesárea, a cena possa reforçar a ideia de que o parto normal é perigoso.
“A paciente precisa ter a indicação médica para o parto. Isso não significa que ela irá morrer por causa do parto normal ou pela cesariana”, esclarece.
“O parto normal seria melhor por questões de coagulação do sangue, que é dificultada pela pressão alta (uma das características da pré-eclâmpsia). O médico tem que estar apto para diagnosticar o problema precocemente e impedir que ele se agrave”.