Neste início de temporada, o Santos já trocou de técnico duas vezes, deparou-se com lesões de seus principais jogadores, sofreu com suspensões e polêmicas extracampo e esteve próximo de ser eliminado da Libertadores.
Vitória simples coloca o Santos no mata-mata da Libertadores, independentemente de outro resultado. Se vencer, e Colo Colo e Cerro Porteño empatarem, o time se torna líder de seu grupo.
Até uma igualdade pode servir à equipe de Muricy Ramalho, desde que os paraguaios vençam os chilenos.
A gama de possibilidades surgiu graças à vitória sobre o Cerro por 2 a 1, semana passada, em Assunção, onde o time chegou com a corda no pescoço, tinha que ganhar para não ser eliminado.
Sem Neymar, Elano e Zé Love, suspensos, e em meio aos rumores da ida de Paulo Henrique Ganso para o Corinthians, a equipe superou os anfitriões. Foi o ponto de virada da sorte santista.
Na última rodada desta fase e contra o time mais frágil do grupo, o Santos terá, pela primeira vez na temporada, todos os principais jogadores à disposição de Muricy, algo com que os antecessores Adilson Batista e Marcelo Martelotte só sonharam.
A fartura de opções fez o treinador, conhecido pela montagem de times fortes na defesa, escalar para esta quarta uma equipe sem um volante de marcação tradicional.
Adriano, que fez a função até aqui, ficará no banco para o retorno de Elano. Arouca, que se destaca pela saída de bola, recuará para dar o último combate no meio.
"Isso é legal, poder reunir todos os bons jogadores. Temos que ficar contentes e aproveitar", disse Muricy.
O técnico, porém, espera que seus titulares não se acomodem com a posição. "No meu time, não tem cadeira cativa. Se um cara estiver bem e outro mal, vou trocar."
Muricy voltou a pedir calma a seus atletas hoje. Na memória de Muricy, continua viva a expulsão de três jogadores ante o Colo Colo e o sufoco que se deu no final daquele jogo (vitória por 3 a 2).
"Aquilo foi um absurdo", disse. "O Santos não é time de guerra. Nós orientamos sobre o que eles podem encontrar, mas sem revidar."