A brutalidade e a frieza de Maurílio Arcanjo, de 62 anos, deixou Ponta Porã incrédula e em luto pelo crime de feminicídio contra Aline Aparecida Perez Gomes, de 37 anos, e homicídio contra Davi Luiz Perez Arcanjo, de 7 anos, no último domingo (5).
Relembrar os fatos nem sempre são fáceis, mas o crime bárbaro deixou moradores do bairro Kamel Saad em choque e indignados com a situação que tirou a vida da mãe e do filho.
O caso foi reportado durante a tarde de domingo, quando um pequeno desentendimento fez com que o esposo atirasse contra Aline. Mas antes desse momento, o filho Davi se colocou no meio do assassino e de sua mãe.
Mas a cena tampouco fez Maurílio mudar de ideia. Segundo detalhes da ocorrência, o homem colocou a arma apontada para a barriga do menino e disparou várias vezes - Davi, inclusive, foi encontrado com queimaduras feitas pela pólvora.
A sequência de truculência não parou por aí. O marido ainda fez questão de mandar um áudio para seu amigo, identificado apenas como Tião, dizendo haver matado Aline e o pequeno Davi e finalizando que cometeria suicídio.
“O Tião, é o seguinte, eu acabei de matar a Aline e matei o Davi e daí eu vou me matar. Eu vou deixar o portão aberto e você vem aqui tomar as providências cabíveis que tem que tomar e chama a polícia, ta bom. É só isso que tenho para te avisar beleza”, disse.
A ocorrência mobilizou policiais e uma equipe da Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Choro policial
Um dos militares que acompanhou de perto a ocorrência não conseguiu conter o choro ao encontrar a criança de braços abertos em cima do corpo da mãe.
O militar que, preferiu não ser identificado, disse naquela altura estaria acostumado com as violências que acontecem na região de fronteira, principalmente assassinatos, mas não esperava ver a atitude de uma criança ao tentar salvar sua mãe.
“Somos acostumados com cenas fortes de assassinatos e execuções, mas ver um filho de 7 anos pular na frente para proteger sua mãe e morrer em cima dela, comove qualquer pai de família”, disse o policial.
Sepultamento 'lotado'
O crime chocou a população fronteiriça, principalmente do bairro Kamel Saad onde a família morava.
O enterro de Aline e Davi foi acompanhado por muitas pessoas. Familiares, amigos, conhecidos e até desconhecidos ficaram horrorizados e indignados com a situação provocada pelo próprio marido, Maurílio
Segundo pôde saber o TopMídiaNews, pessoas 'invadiram' as ruas da cidade para acompanhar o sepultamento dos dois.
Morte de assassino
Após tentar cometer suicídio e ficar internado por dois dias no Hospital Regional de Ponta Porã, Maurílio Arcanjo não resistiu aos ferimentos provocados por ele mesmo e morreu na manhã desta terça-feira (7).
A motivação do crime de feminicídio contra a esposa e homicídio contra o menino ficarão guardados a sete chaves. Porém, um indicativo é que uma discussão teria motivado Maurílio a acabar com a vida dos três: dele, de Aline e de Davi.