MS Notícias | 27 de fevereiro de 2012 - 08:59 Geral

Com melhoria genética, soja mais saborosa chega ao mercado

Desenvolvida através do Programa de Melhoramento Genético da Soja para Alimentação Humana da Empresa de Pesquisa de Minas Gerais (Epamig), em parceria com a Embrapa e a Fundação Triângulo, a cultivar de soja BRSMG 800A é especialmente voltada para a alimentação humana, com sabor mais suave, semente de maior tamanho e elevado teor de proteína. Voltada para o mercado mineiro, a cultivar é semelhante ao feijão carioquinha no aspecto e na forma de preparo. A soja apresenta ainda resistência à pústula bacteriana, mancha olho-de-rã e cancro da haste, além de contar com produtividade média de 3.000kg/ha.



— A BRSMG 800A é uma cultivar de ciclo médio em Minas Gerais (grupo de maturidade 8.0), é de crescimento determinado, resistente ao acamamento, de flor com coloração roxa, pubescência cinza, tegumento e hilo de coloração marrom, com altura média das plantas de 72cm, florescimento variando dos 58 aos 62 dias e ciclo total de 120 a 140 dias. Possui período juvenil longo, resistência a deiscência das vagens, sementes graúdas, com peso médio de 100 sementes em torno de 18,8g. O teor de óleo está em torno de 20,10%, de proteínas, 38,25% e de ferro, 13,34 mg/100g — explica Ana Cristina Juhasz, doutora em genética e melhoramento na unidade regional da Epamig Triângulo e Alto Paranaíba.



Segundo a doutora, a soja apresenta resistência à pústula bacteriana, mancha olho-de-rã e cancro da haste, além de apresentar produtividade média de 3.000kg/ha.



— Ela foi desenvolvida para atender à população brasileira que tem restrição ao sabor exótico da soja comum e que não tem o hábito de consumir a soja na forma de grãos. Esta pode ser cozida com feijão ou isoladamente — afirma.



Ana conta que a ideia de cozinhar a soja junto ao feijão parte do princípio de que a soja não tem amido como no feijão, e, portanto, não libera caldo, tão apreciado no feijão pelos brasileiros.



— Quando cozida isoladamente, os grãos permanecem inteiros. Podem ser refogados, utilizados em saladas e ainda ser preparado como tropeiro. Fica um prato muito bonito e saudável — diz.



Já em relação aos tratos culturais, a entrevistada diz não serem diferentes dos tratos com as demais cultivares do mercado. No entanto, o plantio deve seguir algumas recomendações. Para o Vale do Rio Paranaíba e Vale do Rio Grande, a população de plantas por hectare deve variar entre 240 e 280 mil. Estas apresentam ciclo médio entre 120 a 125 dias e 126 a 130 dias respectivamente. Já no Alto Paranaíba, Triângulo e Noroeste do Estado, a população de plantas deve girar entre 280 e 320 mil por hectare. Nos dois primeiros, o ciclo médio varia entre 131 e 140 dias. Já no Noroeste, passa a ser entre 126 e 130.