Terra | 12 de fevereiro de 2012 - 11:32 Internacional

Costa Cruzeiros diz que mudará seu nome devido ao naufrágio

Embora a companhia tenha uma sociedade "sólida" com "capital líquido milionário", Foschi expressou temor pelo futuro do "nome" da companhia

Reuters

Em entrevista publicada neste domingo no jornal La Stampa, Foschi declarou que os clientes caíram 35% na comparação com o ano passado, o que credita ao naufrágio. "Já esperávamos um ano difícil devido à crise internacional, mas está claro que o naufrágio também pesa", revelou Foschi.

Embora a companhia tenha uma sociedade "sólida" com "capital líquido milionário", Foschi expressou temor pelo futuro do "nome" da companhia. "Costa Cruzeiros não vai quebrar como sociedade, mas é possível que esse nome deixe de existir", admitiu.

Foschi justifica a medida pelo fato de a companhia ter sido "midiaticamente" aniquilada. "Nosso nome foi massacrado. Quanto tempo será necessário para que as pessoas voltem a ver nossos navios com serenidade?", questionou o presidente de Costa Cruzeiros.

Ele destacou que o naufrágio do Costa Concordia fez refletir sobre alguns protocolos vigentes e anunciou que, embora as normas já previssem simulação de evacuação nas primeiras 24 horas após o embarque, a recomendação agora é fazê-la imediatamente.

Com relação ao capitão Francesco Schettino, que é acusado entre outros enquadramentos de homicídio involuntário múltiplo, Foschi reiterou que o naufrágio foi culpa de seu comportamento. Segundo o presidente da empresa, Schettino "vive atualmente um processo judicial que faria tremer qualquer pessoa".

Sobre o restante da tripulação, o principal responsável do Costa Cruzeiros declarou que a justiça deverá comprovar "que eles cumpriram com seus deveres" e anunciou que 95% já pediram para voltar a embarcar.

Naufrágio do Costa Concordia
O cruzeiro Costa Concordia naufragou na sexta-feira, dia 13 de janeiro, após colidir em uma rocha nas proximidades da ilha de Giglio, na costa italiana da Toscana. Mais de 4,2 mil pessoas estavam a bordo. Até sábado, dia 28, 17 mortes haviam sido confirmadas. Ainda há desaparecidos, e prosseguem os trabalhos de busca, mas apenas na parte da embarcação que não está submersa. O Itamaraty informou que 57 brasileiros estavam a bordo do navio, mas nenhum deles está entre as pessoas não encontradas.

O navio, que tem 290 metros de comprimento e 114,5 mil toneladas, margeava a ilha de Giglio quando houve a colisão. Houve pânico e reclamações de despreparo da tripulação. O comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino, foi acusado de ter abandonado o navio. Ele disse que estava no comando, mas um áudio divulgado para a imprensa, em que há uma discussão entre ele e a Guarda Costeira, indica que o capitão já estava na costa no momento do  resgate.