Reuters | 1 de fevereiro de 2012 - 07:25 Brasil - Política

Fontes: novo ministro das Cidades deve ser anunciado até 6ª

Negromonte negou irregularidades na pasta, mas não deve ficar no cargo

O ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), deve entregar sua carta de demissão à presidente Dilma Rousseff na quinta-feira, segundo fontes ouvidas pela Reuters. Uma pessoa do governo, que falou sob condução de anonimato, afirmou que Dilma deve decidir o sucessor até sexta-feira.

Os dois nomes mais cotados, segundo a fonte, são o atual líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB) - que liderou a dissidência contra Negromonte na Casa - e o senador Benedito Lira (AL).

Na segunda-feira, em conversa com o governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), Negromomonte assumiu, segundo uma fonte do governo baiano, que não teria mais "condições" de permanecer no cargo. Sua saída seria selada com a volta da presidente ao Brasil - ela está em Cuba e retorna a Brasília na noite de quarta-feira.

Outros dois nomes ainda são citados como possíveis substitutos pelas fontes, mas com menos chances. O senador Ciro Nogueira (PP-PI), e o ex-ministro da pasta e atual presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes, que seria o nome preferido por Dilma, mas encontra resistência dentro do partido.

A situação política de Mário Negromonte começou a se desgastar após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo ter mostrado um documento supostamente forjado pela diretora de Mobilidade Urbana da pasta, Luiza Gomide, que teria adulterado um parecer técnico que vetava a mudança de um projeto de mobilidade em Cuiabá (MT). Com a suposta adulteração, os custos da obra foram ampliados em R$ 700 milhões.

Também entre as denúncias existem suspeitas de que o tesoureiro do Partido Progressista, Leodegar Tiscoski, e outros executivos ligados à legenda favoreciam empreiteiras no gabinete do Ministério das Cidades, liberando recursos para obras consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Negromonte foi ao Senado e negou irregularidades em sua gestão.

Trabalho pós-Lupi
Outra mudança que pode ocorrer nos próximos dias é no Ministério do Trabalho, onde Paulo Roberto Pinto ocupa o cargo interinamente desde a saída de Carlos Lupi, presidente do PDT, em meio a denúncias de irregularidades.

Nesta terça-feira, a bancada da Câmara se reuniu e decidiu indicar três nomes para ocupar a pasta. Segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), foram indicados os deputados Brizola Neto (RJ), Vieira da Cunha (RS) e o secretário-geral da legenda, Manoel Dias.