Rede Agora | 19 de janeiro de 2012 - 17:04 Brasil - Cultura

Elis Regina, morta há 30 anos, é homenageada com show dos filhos

Em 19 de janeiro de 1982, morria a cantora Elis Regina, de apenas 36 anos. Como toda grande estrela que se preze, sua morte até hoje é cercada de muito mistério, apesar de exames comprovarem que ela morreu por conta do consumo de altas doses de cocaína e bebidas alcoólicas. Trinta anos depois, os filhos Maria Rita, fruto do casamento com o pianista César Camargo Mariano; e João Marcelo Bôscoli, filho também do compositor e produtor Ronaldo Bôscoli, a homenageiam com shows e exposição.

Elis Regina nasceu em Porto Alegre, em 17 de março de 1945 e, em 1960, foi contratada pela Rádio Gaúcha. No ano seguinte, ela se mudava para o Rio de Janeiro, onde gravou o primeiro disco, “Viva a Brotolândia”. A partir daí, começou a fazer grande sucesso no eixo Rio-São Paulo. Entre 1964 e 1967, ela comandou, ao lado de Jair Rodrigues, o programa “O Fino da Bossa”, na TV Record, e gravou, com ele, três álbuns “Dois na Bossa”. Enquanto isso, em 1965, venceu o festival da TV Excelsior, com “Arrastão”, de Vinicius de Moraes e Edu Lobo.

Criticando várias vezes o regime militar, Elis Regina não escapou da mira do cartunista Henfil, quando foi obrigada a realizar um show de graça para o exército. Os dois praticamente só fizeram as pazes quando a cantora marcou com a forte interpretação de “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc, que se tornou uma espécie de hino da anistia e citava justamente o irmão de Henfil, Betinho.

Elis Regina também foi fundamental no lançamento de novos compositores, como, além de João Bosco, Guilherme Arantes, Ivan Lins, Milton Nascimento, Renato Teixeira e Belchior, além de ter sido uma das intérpretes preferidas de Chico Buarque. Até hoje ela é reconhecida como uma das melhores cantoras brasileiras de todos os tempos, em função da qualidade e alcance vocal, mas também pela dramaticidade que imprimia às canções. São inigualáveis, por exemplo, as gravações de “Como Nossos Pais”, “Madalena”, "Romaria" e “Atrás da Porta”, só para citar algumas .

Apelidada de “Pimentinha” pelo poeta Vinicius de Moraes, Elis Regina será lembrada agora por meio do projeto “Viva Elis”, que misturará exposição de fotos, vídeos, entrevistas e um documentário, com os shows de Maria Rita, interpretando pela primeira vez o repertório da mãe. A primeira apresentação acontecerá em 17 de março, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. Em seguida, ele deve ser levado ao Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. Todas elas acontecerão ao longo do ano e serão gratuitas.