Folha Online | 19 de dezembro de 2011 - 08:32 Internacional - Egito

Confrontos continuam no Cairo e ao menos 14 morrreram nos últimos dias

Adel Adaui, afirmou que 201 pessoas ficaram feridas no domingo. A estimativa é de que mais de 500 pessoas tenham sofrido ferimentos nos últimos quatro dias.

O ministério egípcio da Saúde confirmou a morte de mais três manifestantes nesta segunda-feira durante os confrontos com as forças de segurança no centro de Cairo, elevando para ao menos 14 o saldo de mortos nos protestos dos últimos quatro dias.

Já de acordo com o médico Ahmed Saad, de um hospital próximo à praça Tahrir, epicentro dos confrontos, seis pessoas morreram nos atos de violências desta segunda-feira, todas por ferimentos com armas de fogo.

De acordo com a televisão egípcia, além de elevar o número de mortos desde sexta-feira, o subsecretário de Saúde, Adel Adaui, afirmou que 201 pessoas ficaram feridas no domingo. A estimativa é de que mais de 500 pessoas tenham sofrido ferimentos nos últimos quatro dias.

Os confrontos se intensificaram desde a última sexta-feira nas proximidades da praça Tahrir, próximo à sede do Conselho de Ministros e ao Parlamento, local que também foi o centro de protestos do levante popular que levou à queda do ex-ditador Hosni Mubarak, em fevereiro.

As forças de segurança têm reprimido com violência os protestos populares que pedem a transferência imediata do poder para um governo civil. Desde a queda de Mubarak, uma junta militar governa o país.

Uma fonte das equipes de segurança disse à agência Efe que os enfrentamentos entre manifestantes e a polícia continuaram nesta segunda-feira, e que a polícia contou com reforço de efetivos dos serviços da Segurança Central.

De acordo com a fonte, os participantes do protesto lançaram pedras contra os agentes de segurança. Entretanto, o ativista Saad Zaglul, presente no local, afirmou que a polícia militar e os membros da Segurança Central atacaram os manifestantes com pedras e balas de borracha.

Zaglul destacou que muitas pessoas se uniram ao protesto após verem as fotografias e vídeos da repressão contra os manifestantes.

"Nós pedimos a saída do Conselho Supremo das Forças Armadas e a entrega do poder aos civis", disse o ativista.

Os enfrentamentos, iniciados no último dia 16, continuaram durante toda a noite de domingo.

Os generais do governo classificaram os confrontos dos últimos dias como parte de uma "conspiração" contra o Egito.