Luana Lourenço/ Agencia Brasil | 30 de novembro de 2011 - 08:15 MS

Governos querem ampliar policiamento de comunidades indígenas em Mato Grosso do Sul

Uma parceria entre o governo federal e autoridades estaduais de Mato Grosso do Sul deverá aumentar o policiamento de comunidades indígenas na região de Dourados, no sudoeste do estado, conhecida por conflitos entre grandes produtores rurais e indígenas pela posse das terras.

Os governos federal e estadual assinaram um acordo de cooperação para reforçar a segurança na região, onde a tensão aumentou nos últimos dias após o desaparecimento de uma liderança Guarani Kaiowá no dia 18 de novembro.

O secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, que está na região, disse que, entre as medidas de reforço da segurança que poderão ser adotadas estão o policiamento comunitário nas aldeias – com a participação dos indígenas –, o reforço dos contingentes que atuam na fronteira e a realização de rondas de forças federais no entorno das comunidades indígenas.

“Estamos tendo um diálogo muito bom com as comunidades e elas têm solicitado participação mais ativa para monitorar as politicas para a região, para que elas possam chegar efetivamente nas aldeias”, disse o secretário.

Segundo Maldos, o plano de trabalho das novas ações de segurança será definido até o começo de 2012. Por enquanto, a segurança na região está sendo reforçada pela Força Nacional de Segurança, que deve ficar na área por mais 90 dias.

Hoje, (30), o secretário vai se reunir com indígenas do Acampamento Tekoha Guaiviry, atacado no último dia 18. Na ocasião, segundo relatos de lideranças indígenas, cerca de 40 pistoleiros encapuzados e armados invadiram a aldeia e atiraram no cacique Nísio Gomes. Depois de morto, o corpo do líder indígena foi levado pelos pistoleiros. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal abriram inquérito para investigar o caso.

“A situação hoje é de muita tristeza e muita angústia na comunidade, que teme a possibilidade de novos ataques”, relatou.

Nesta segunda feira (28), outra comunidade Guarani Kaiowá foi atacada por pistoleiros. Dois homens em uma moto invadiram no meio da tarde o Acampamento Pyelito Kue, próximo ao município de Iguatemi, atiraram contra os índios, mas não feriram ninguém. Maldos havia visitado o acampamento no último domingo (27) e ouviu da comunidades que as ameaças são constantes. “Os indígenas relataram que isso acontece regularmente, episódios em que homens de motocicleta passam atirando para cima ou em direção às pessoas”.