Folha.com | 5 de outubro de 2011 - 15:47

Exportador traz volume recorde de dólar ao país em setembro

Os exportadores aproveitaram a alta do dólar para trazer volume recorde de US$ 26 bilhões ao país em setembro, segundo dados do Banco Central. Esse valor se refere a vendas, empréstimos e recursos dessas empresas que estavam depositados no exterior.

No ano, a entrada de dólares já supera a saída em US$ 68,3 bilhões, 180% acima do verificado em todo o ano de 2010.

Esse dinheiro compensou a saída de dólares por meio de operações financeiras, como investimentos e remessas de lucros, que foi pouco significativa no mês, mas cresceu nas últimas semanas.

Descontadas as importações, houve uma entrada de US$ 8,8 bilhões por meio de operações de comércio exterior, maior valor do ano.

Na área financeira, que inclui tudo o que não é comércio, a saída de dólares superou a entrada em US$ 274 milhões. A entrada de recursos caiu quase 10% em relação a agosto. As saídas, no entanto, recuaram ainda mais (15%), o que mostra que ainda não houve fuga de dinheiro do Brasil.

Com isso, o país registrou no mês passado a quarta maior entrada líquida de dólares no ano: US$ 8,5 bilhões, mais que o dobro do verificado em agosto.

Esse aumento se deu justamente no mês em que o dólar subiu quase 20%. Isso explica porque o BC decidiu não usar os dólares das reservas para intervir no câmbio, já que não houve falta de dinheiro no mercado.

A instituição interveio apenas no mercado de contratos de câmbio, no qual muitos investidores que "apostavam" ou se protegiam da queda do dólar tiveram de liquidar essas operações para não perder com a virada nas cotações da moeda.

Os números do BC mostram ainda que, nas três últimas semanas do mês, o saldo das operações financeiras ficou negativo em US$ 4,1 bilhões. Essa saída, no entanto, foi mais que compensada pela entrada de dinheiro via comércio exterior.

Desde o dia 15 de setembro, o BC deixou de comprar dólares, para não colocar mais pressão sobre o câmbio.

Os bancos ficaram com a maior parte dos dólares que entraram no país no mês passado. Em setembro, pela primeira em 18 meses, as instituições ficaram "compradas" em moeda estrangeira, no valor de US$ 1,3 bilhão. Isso significa que "apostam" e ganham com a alta da moeda, considerando apenas este mercado.