Diário MS | 26 de setembro de 2011 - 16:01

Aftosa: MS proíbe o trânsito de animais em 13 municípios

Após o surgimento de foco de febre aftosa no Paraguai, o governo do Estado baixou decreto que proíbe o trânsito de animais na região de fronteira de Mato Grosso do Sul. O isolamento vai funcionar de forma semelhante à ZAV (Zona de Alta Vigilância) em municípios como Antônio João, Aral Moreira, Bela Vista, Caracol, Coronel Sapucaia, Corumbá, Japorã, Ladário, Mundo Novo, Paranhos, Ponta Porã, Porto Murtinho e Sete Quedas. O decreto foi publicado na edição de sexta-feira do Diário Oficial do Estado.

A região tem cerca de seis mil propriedades rurais e pelo menos 800 mil cabeças de gado na região. O decreto, válido por cinco dias, prorrogáveis por mais dez, considera a necessidade de aplicação de medidas sanitárias preventivas, manutenção do status de Estado livre de febre aftosa e prejuízos financeiros.

A exceção, conforme o decreto, são “os produtos e subprodutos de origem animal e vegetal submetidos a processamento industrial suficiente para a inativação do vírus da febre aftosa, com ingresso por meio de barreiras sanitárias que compõem os corredores sanitários, desde que acompanhados da documentação sanitária pertinente”. A medida ainda prevê a convocação, caso necessária, de servidores públicos estaduais para auxílio dos trabalhos.

FISCALIZAÇÃO

A secretaria estadual de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo, Tereza Cristina Correia da Costa, afirmou que o governo baixaria decreto para disciplinar o trânsito de gados.

A secretária revelou que tem conversado, por meio de teleconferência, por duas vezes ao dia, com integrantes do Mapa (Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para tratar do assunto.

Ela destacou também o reforço do Exército e o comprometimento do ministro da Defesa, Celso Amorim, que sinalizou ontem, durante visita em Dourados, um possível prolongamento da Operação Ágata 2 para cuidar da vigilância contra a aftosa paraguaia.

Em visita a Dourados na semana passada, o ministro revelou que o foco de aftosa no lado paraguaio da fronteira mudou a estratégia da Operação Ágata 2, em Mato Grosso do Sul e Paraná.

De acordo com o ministro, os pontos em que há trânsito de animais na fronteira são diferentes daqueles em que atuam os traficantes e contrabandistas. “Houve uma reconcentração necessária para atender os locais em que estão esses animais, e combater o contrabando”, afirmou Amorim.

Para o governador do Estado, André Puccinelli, o apoio das tropas federais tem sido importante nas ações para evitar que a doença chegue ao Brasil. “Aumenta o número de homens e de equipamentos. Vamos fazer um apelo ao ministro para que a operação dure pelo menos até dezembro”, afirmou.