Daniela Oliveira, com informações da ABI Research | 21 de setembro de 2011 - 13:19

Recursos para cidades inteligentes devem quintuplicar até 2016

O investimento mundial em tecnologias para cidades inteligentes chegou, em 2010, a US$ 8,1 bilhões e deve aumentar quase cinco vezes até 2016, alcançando US$ 39,5 bilhões, segundo estudo da ABI Research, empresa de pesquisas norte-americana.
 
A consultoria considera seis critérios para definir uma cidade inteligente: economia inteligente, meio ambiente, governança, estilo de vida, transporte e comunidade. Por esses quesitos, existem hoje 108 projetos de cidades inteligentes no mundo, dois deles no Brasil: em Recife e no Rio de Janeiro (as duas únicas representantes da América Latina).
 
As outras “smart cities” estão na Europa (38), na América do Norte (35), no lado asiático do Pacífico (21), no Oriente Médio (seis), e na África (seis).
 
"O conceito de cidades inteligentes está ganhando força globalmente", diz Josh Flood, analista da ABI Research. "Hoje os maiores investimentos são em redes inteligentes, mas nos próximos cinco anos veremos um aumento significativo nos gastos com tecnologias de transporte, como veículos com identificação automática, e sistemas de governança, como identidades e documentos eletrônicos", prevê.
 
O analista informou que Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ) são as representantes latino-americanas com projetos de cidades inteligentes.
 
Em 2010, a prefeitura do Rio e a IBM firmaram convênio para criar um centro de gerenciamento de informações públicas – o Centro de Operações Rio. A unidade integra órgãos municipais e concessionárias com o objetivo de monitorar e otimizar o funcionamento da cidade, além de antecipar soluções e minimizar ocorrências.
 
É possível, por exemplo, manter um sistema de alerta sobre riscos e medidas necessárias em casos de emergências como chuvas fortes, deslizamentos e acidentes de trânsito.
 
Em Recife, uma das cidades sede da Copa do Mundo 2014, o projeto de cidade inteligente tem como meta criar, em torno do novo estádio, uma área com residências, hotéis, comércio e instalações de pesquisa e desenvolvimento, a fim de proporcionar  um ambiente autossustentável após o evento.
 
A iniciativa, desenvolvida pelo Consórcio Arena Pernambuco e pela NEC América Latina SA, buscar implementar uma infraestrutura de última geração urbana na cidade, que incluirá aplicações de governo eletrônico e sistemas de energia inteligente.
 
Pelo mundo
 
O estudo da ABI Research usa Holyoke, em Massachusetts (EUA), e Amsterdã, na Holanda, como exemplos de cidades sendo reprojetadas de forma inteligente.
 
Segundo a empresa, a Cisco se uniu a Holyoke em fevereiro de 2011 para transformar a cidade rural numa comunidade inteligente e conectada em um ano. A empresa pretende usar tecnologia para criar novos serviços urbanos, gerando oportunidades econômicas, aperfeiçoar a educação e diminuir a emigração.
 
A tecnologia também pode ser usada para garantir uso mais eficiente de energia e menos impacto no meio ambiente. O projeto de Amsterdã, lançado em 2009, tem como principal objetivo criar uma parceria entre os moradores, empresários e setor público da cidade para economizar energia, reduzindo emissões de CO2.
 
A capital da Holanda comprometeu-se a reduzir suas emissões em 40% até 2025, mas com o projeto de cidade inteligente quer alcançar esse objetivo 10 anos antes.