Campo Grande News | 20 de setembro de 2011 - 12:46

Funcionários dos Correios em greve em Campo Grande doam sangue ao Hemosul

O Hemosul de Campo Grande ganhou um colorido diferente na manhã desta terça- feira (19). Hoje, a conhecida cor amarela predominou entre os doadores de sangue. Segundo o Sindicato dos trabalhadores dos Correios de Mato Grosso do Sul, são mais de 150 funcionários da empresa, os mesmos que estão em greve desde a quarta-feira (14), resolveram participar da “ação social” em conjunto.

“Enquanto lutamos pelos nossos direitos, exercemos um ato de amor, de cidadania. Decidimos todos juntos realizar a campanha para ajudar quem precisa de sangue e, ao mesmo tempo, chamar a atenção”, disse o presidente do Sindicato, Alexandre Takashi.

A responsável pelo setor de captação de doadores, Joana Léa, ficou surpresa com a iniciativa do grupo, pois todos chegaram de repente, sem avisar. “Para nós, claro, é muito importante porque sempre estamos precisando de novas doações. A gente agradece demais aos funcionários dos Correios, estão de parabéns pelo gesto, um exemplo”, comentou a assistente social do Hemosul. Enquanto lutam por melhores salários, os trabalhadores aproveitam para exercer o espírito solidário. Há 8 anos nos Correios, Marcos Antônio Ferreira há “7” é doador de sangue. “Já que a gente está de braços cruzados por causa da greve, porque não ajudar as pessoas que precisam dessa doação?”, perguntou o carteiro.

“A greve não é somente dos carteiros como divulgam. Alguns atendentes comerciais também aderiram ao movimento”. Essa é a afirmação de Arionaldo Espinosa da Silva, que há 10 anos trabalha nos Correios. Como a grande maioria dos funcionário, ele começou no setor de entregas.

“Espero que a empresa faça boa proposta logo pra gente voltar ao trabalho, já que nós (carteiros) somos a base dos Correios”, comentou Tomaz Rodrigues Andrade, que há 18 anos trabalha na empresa. Ele disse que só não pode colaborar muito hoje doando sangue. “Tenho pressão alta, passo mal só de ver sangue”.

Após as doações, os trabalhadores vão se reunir em frente à sede da empresa na Avenida Calógeras, cento de Campo Grande. Por lá, com apoio de um carro de som e a realização de um “apitaço”, pretendem continuar firmes na reivindicação.

Greve

A greve dos Correios começou na última quarta-feira (14) e, segundo o Sindicato da categoria, tem o apoio de trabalhadores de Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Nova Andradina, Jardim, entre outras cidades do estado e do Brasil.

A categoria pede 7,16% de reajuste salarial, referentes à inflação, e aumento do vale-refeição e do vale-alimentação (R$ 30 por dia). Eles pedem ainda aumento real de R$ 400 e um piso salarial de R$ 1.635. Hoje o piso da categoria é de R$ 807. Segundo a federação, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos fez uma contraproposta de reajuste de 6,87%, aumento do vale-refeição e do vale-alimentação de R$ 24,50.

O presidente do Sindicato informa que não há previsão de encerramento da paralisação, devemos continuar parados até que a empresa apresenta propostas que são plausíveis pra nossos trabalhadores”, afirmou Takachi. Segundo a assessoria de comunicação dos Correios, a empresa suspendeu as negociações até que os funcionários voltem aos postos de trabalho.

O comando de greve orienta as pessoas que forem mandar algum item pelos Correios a perguntar como será feita a entrega. Isso porque há agências terceirizadas que estão funcionando normalmente, mas as entregas correm o risco de não chegar na data por cousa da greve.

Já o Procon informa que as empresas que encaminham cobranças e boletos pelo correio são obrigadas a oferecer outra forma de envio, como a internet e o fax. As empresas devem, ainda, divulgar alternativas disponíveis. Os consumidores que sabem a data de vencimento de suas contas devem entrar em contato com a empresa, para pedir outra opção de envio e evitar a cobrança de multas e cancelamentos. Em caso de dúvida, a pessoa deve procurar as entidades de defesa do consumidor.