Folha.com | 15 de setembro de 2011 - 08:31

Correios deixam de entregar 5,3 milhões de encomendas

O presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, afirmou que a greve dos funcionários da empresa iniciada nesta quarta-feira impediu a entrega de 5,3 milhões de encomendas.

Em entrevista, Pinheiro, lamentou o movimento grevista e deixou claro que só irá negociar se os funcionários voltarem ao trabalho. De acordo com a ECT, a paralisação atinge, em média, 32% do efetivo total da empresa dos 110 mil empregados, chegando a 40% em alguns setores.

Diariamente, os Correios entregam cerca de 35 milhões objetos.

Pinheiro afirmou que a oferta dos Correios representa um aumento salarial final de 13% para 64.427 empregados. O presidente da estatal disse ainda que os Correios assinaram dois acordos de PLR relativos a 2010 e 2011. Em recente concurso público, a ECT selecionou quase 10 mil trabalhadores. Segundo a empresa, mais de 2.000 já foram contratados e o restante estará trabalhando até novembro.

Os trabalhadores reivindicam aumento salarial de R$ 400 a partir de janeiro para todos, independentemente do salário, reposição da inflação calculada em 7,16% e mais 24,76% referentes a perdas acumuladas desde 1994.

Com a paralisação de hoje, os Correios suspenderam os serviços Sedex 10, Sedex Hoje e Disque-Coleta, por se tratar de serviços com horário marcado.

"A empresa já colocou em operação um plano de contingência, com contratação de recursos, realocação de empregados e realização de horas-extras, para minimizar os prejuízos à população", informou, por meio de nota.

ADESÃO

Segundo Saul Gomes da Cruz, um dos integrantes do comando de negociação da Fentect, a adesão já chega a 82% no setor de operações. Considerando todo o quadro, inclusive o administrativo, chegaria a 70% dos 110 mil funcionários.

Ele lembra que as negociações foram iniciadas em julho e que, em outras paralisações, já houve ameaças como a de hoje. "A greve é legal e vamos mantê-la", disse.

O sindicalista afirma que as correspondências postadas em agências franqueadas, que continuam funcionando, "não vão chegar ao destino". Ninguém vai coletar", diz. Apenas serviços essenciais como entrega de remédios e de telegrama de concursos, completa, foram mantidos.