Fabiane Dorta - Diário MS | 12 de setembro de 2011 - 07:33

Estado já tem 26,8 mil pessoas trabalhando como microempreendedores individuais

Cresceu em 75% o número de empreendedores individuais em Mato Grosso do Sul. Atualmente, 26.840 trabalhadores saíram da informalidade para abrir seu próprio negócio no Estado, de acordo com relatório do Portal do Empreendedor. Para o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a popularização das vantagens de trabalhar formal foi o que elevou a procura.

Em 2010, o número de empreendedores individuais era de 15.200 no Estado, o suficiente para incentivar outros a fazer a adesão. Nesse primeiro ano, as pessoas ficaram receosas de como ia ser depois da formalização. Mas, depois que outras fizeram, elas identificaram que formalizar é um bom negócio e por isso o aumento de empreendedores, afirma Silmara Dourado Moraes, analista técnica do Sebrae.

Outro fator apontado para o crescimento em 2011 é o aumento de benefícios. Uma mudança na lei alterou a alíquota de INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) de 11% para 5% para os individuais. Aqueles que estavam na informalidade e contribuíam como autônomos pagavam 11%, com a formalização tem a redução do benefício previdenciário e ainda fica legalizado, então é mais viável formalizar, afirma Silmara.

EMPREENDEDORES
As portas para quem se formaliza abrem, com CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) é possível fazer compras em mercados que antes não eram disponíveis, emitir nota fiscal, ampliar limite de crédito, entre outros. Eu faço compras em São Paulo e algumas marcas só aceitam fazer cadastro com CNPJ, então pude comprar mais mercadores e ampliar as opções, afirma o André Kaokoski, 27 anos, que é vendedor de roupas e se formalizou em janeiro depois de dois anos na informalidade.

Kaokoski é ambulante, mas pretende montar sua própria empresa até o final do ano. Uma prática que, segundo o Sebrae, vem se tornando muito comum depois que os empreendedores individuais passar a se consolidar no mercado. O teto de gastos para o empreendedor é de R$ 36 mil ao ano, o que representa uma receita bruta de R$ 3 mil ao mês. Tramita uma lei que aumenta este teto, para R$ 5 mil, no entanto, ela ainda não foi aprovada.

Jonathan Cezar Yokoyama, de 29 anos, viu no sistema a oportunidade de ter o próprio negócio. Há um ano se tornou um empreendedor individual e montou a micro-empresa que faz fotocópias. Com o dinheiro que tinha poupado foi possível investir no negócio, mas o acesso aos bancos, linhas de crédito, foi possível ter um giro bom para manter, afirmou.

DOURADOS
Os empreendedores são apenas dois dos 2.174 formalizados que atuam hoje em Dourados. O município teve um aumento nas inscrições superior ao índice registrado no Estado, com 137% formalizações a mais em relação ao ano passado. Um fator bastante importante foi a parceria com o município, que através das secretarias dá mais agilidade no processo de regularização, explicou Silmara. Segundo ela, outro fator local é a parceria com outras instituições para divulgação em eventos sociais.