Folha.com | 26 de agosto de 2011 - 15:46

Agência de classificação de risco eleva perspectiva de nota do Brasil

A agência de classificação de risco S&P (Standard & Poor's) elevou a perspectiva da nota soberana do Brasil em moeda local de estável para positiva. Revisar a perspectiva indica que, no curto prazo, a nota deve ser elevada.

Atualmente, o Brasil possui ratings BBB-/A-3 em moeda estrangeira e BBB+/A-2 em moeda local pela S&P.

Segundo a agência, a elevação reflete as alterações adotadas em sua metodologia de avaliação de ratings soberanos, adotadas a partir de 30 de junho. A perspectiva em moeda estrangeira já havia sido elevada para positiva em 23 de maio.

Segundo o comunicado da agência, a perspectiva positiva leva em consideração fatores que garantem a estabilidade macroeconômica do país que darão continuidade ao fortalecimento da economia nos próximos anos, como a redução gradual das limitações fiscais e do risco a choques externos.

No dia 11 de agosto, a agência japonesa R&I Japan elevou a nota do Brasil. A japonesa não é tida como uma das principais classificadoras de risco, mas a mudança representou o primeiro sinal de uma possível elevação da nota por outras agências depois de o país atingir grau de investimento, em 2008.

CREDIBILIDADE

Essas instituições vivem um momento de crise de credibilidade, por não terem conseguido prever os recentes problemas econômicos enfrentados por países como a Itália, Portugal e os Estados Unidos. As agências mais tradicionais são Fitch, Moody's e S&P (Standard & Poor's).

No dia 5, a S&P rebaixou a nota da dívida americana de AAA para AA+ devido aos riscos políticos e ao peso da dívida americana em relação ao PIB (Produto Interno Bruto).

Segundo o comunicado, o rebaixamento da maior potência mundial reflete a opinião da S&P de "que o plano de consolidação orçamentária que o Congresso aprovaou recentemente fica aquém do que, na nossa visão, é necessário para estabilizar a dinâmica do débito do governo a médio prazo".

A disputa entre os partidos --Democrata e Republicano-- sobre a política fiscal americana também deixou a agência pessimista sobre a capacidade dos EUA conter o deficit.

Nesta terça-feira (23), o presidente da S&P deixou o cargo, encerrando duas semanas de controvérsias após o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela agência, que gerou um impasse com o Tesouro americano. Fontes do mercado financeiro acreditam que a queda do executivo tenha relação com o rebaixamento da maior economia mundial.

O corte de um ponto no rating do país, tirando-o do status "AAA", não foi seguido por outras agências de risco e gerou a maior baixa em três anos nos mercados globais de ações, sendo criticada por autoridades do Tesouro e do governo do presidente Barack Obama, por conta da metodologia usada pela S&P.