Jornal do Brasil | 26 de agosto de 2011 - 12:32

Embaixada dos EUA vai acelerar concessão de vistos no Brasil

O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Todd C. Chapman, que substituirá o embaixador Thomas Shannon nos próximos meses, confirmou nesta quinta-feira a decisão de acelerar o processo de concessão de vistos a brasileiros. "Cada dia amplia mais. Houve uma explosão de demanda no Brasil. O turismo ressurgiu de forma positiva", afirmou Chapman, durante almoço com jornalistas, em São Paulo.

Apesar de a terminologia diplomática defini-lo como "encarregado de negócios" (Chargé d'Affaires), ele assumirá, na prática, as atribuições de embaixador. Shannon retornou a Washington por tempo indeterminado para assumir a subsecretaria para Assuntos Políticos do Departamento de Estado, até que o Senado decida sobre a nomeação de Wendy Sherman para o cargo.

Todd Chapman, ex-coordenador adjunto sênior para Assuntos de Econômicos e de Desenvolvimento na embaixada dos EUA no Afeganistão, tem uma trajetória vinculada ao Brasil. Nascido em Houston, Texas, ele se mudou em 1974 (aos 11 anos) para São Paulo, onde cursou o ensino médio. Há dois meses foi transferido para Brasília. Um dos filhos de Chapman nasceu durante a primeira residência no País.

O consulado na capital paulista informa que um escritório deve ser criado para agilizar a concessão de vistos; houve 320 mil no ano passado, o que representa um aumento de 23% em relação a 2009. "Estamos fazendo um esforço constante de melhorar a eficiência", garante Chapman. Brasil, China e Índia apresentam o maior salto da demanda.

São Paulo é a cidade que mais processa vistos para não-imigrantes no mundo; em 2011, a expectativa é de 800 mil em todo o território nacional. Atualmente, há um índice de rejeição de 5% dos pedidos de brasileiros. A "Folha de S. Paulo" antecipou, nesta quinta, a criação de um "poupatempo" para reduzir a espera.

Questionado sobre as negociações para o fim da obrigatoriedade do visto para brasileiros, o diplomata admitiu a existência de conversas com o Itamaraty, mas ponderou: "As exigências das nossas leis não são fáceis". "É um método válido para ver quem está entrando", acrescentou.

Com a prudência de diplomata, Chapman não se estendeu sobre as demandas bilaterais específicas, apenas relatou que o Brasil e os Estados Unidos discutem, diariamente, sobre diversos assuntos de política externa, incluindo a Líbia, a Síria e questões relacionadas ao "fim de abusos" contra direitos humanos.