Jornal do Brasil | 22 de agosto de 2011 - 10:03

Governos reagem ao uso de redes sociais em protestos

Insatisfação política não é um sentimento apenas dos dias de hoje. Há muito tempo que multidões se encontram para expressar seu descontentamento com o governo. Mas esta reunião certamente tem sido facilitada de uns anos para cá, com o advento não só da internet, como das redes sociais. Em junho de 2009 o poder do Twitter como ferramenta de troca de mensagens foi comprovado: os míseros 140 caracteres serviram para mobilizar a população do Irã, inconformada com o resultado das eleições presidenciais, que reelegeu Mahmud Ahmadinejad. Em represália aos protestos, o governo bloqueou o acesso à maioria das redes sociais – incluindo o Twitter, Facebook e YouTube.

Depois que o mundo conheceu a força dessas redes sociais, elas foram base para divulgação de protestos como os que aconteceram no Egito, Tunísia e, mais recentemente, em Londres. E os governantes não estão gostando nada dessa liberdade, tomando medidas para cercear seu uso.

“Na Inglaterra o governo está cogitando restringir o uso das mídias sociais. Em São Francisco, nos EUA, autoridades bloquearam o acesso à telefonia móvel visando desarticular protestos originados pela morte de um sem-teto. Na China e no Irã, milhares de blogueiros divulgam mensagens pró-governo com mensagens apócrifas, numa tentativa de massificar mensagens diversas e confundir manifestantes. Tais atitudes revelam formas de cercear, mas não de impedir, a liberdade de expressão. O que define os movimentos sociais é a política e a cultura. A tecnologia é apenas uma parte desses dois processos”, ressalta o analista de redes sociais, Rafael Queres.