Folha.com | 16 de agosto de 2011 - 07:15

Bovespa subiu ontem pela 5ª sessão consecutiva, em alta de 2,20%

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em alta pela quinta sessão consecutiva nesta segunda-feira, aproveitando a calma nos mercados no exterior.

Ontem, o Ibovespa, o termômetro dos negócios da Bolsa paulista, subiu 2,20%, atingindo os 54.651 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,99 bilhões.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones teve alta de 1,90%. O Nasdaq, dominado pelo setor tecnológico, subiu 1,88%, enquanto o índice ampliado Standard & Poor's 500 registrou valorização de 2,17%.

O dólar comercial foi negociado por R$ 1,591, na venda, em queda de 1,24%.

A alta de ontem foi puxada pela valorização das "blue chips" (as ações mais negociadas da Bolsa) Petrobras e Vale, cujas ações preferenciais subiram 3,39% e 1,76%, respectivamente.

"A Bolsa está refletindo muito os bons ventos vindos do exterior", afirmou Raffi Dokuzian, superintendente da Banif Corretora.

Entre as boas notícias da segunda-feira está o anúncio do Google de que vai comprar a Motorola Mobility, segmento de smartphones, tablets e acessórios da empresa, por cerca de US$ 12,5 bilhões em dinheiro em uma estratégia para impulsionar o uso de seu sistema operacional Android.

A companhia vai pagar US$ 40 por ação da Motorola, um ágio de 63% sobre o valor de fechamento da ação da fabricante de celulares na sexta-feira passada em Nova York. Com o anúncio, as ações da Motorola dispararam no mercado norte-americano, subindo quase 57%, para US$ 38,25.

EUROPA

Na Europa, um encontro entre o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta terça-feira, traz esperança aos investidores de novas iniciativas necessárias para recuperar a confiança no crédito e outros mercados.

Além disso, o Japão anunciou ontem que a economia encolheu 0,3% no segundo trimestre deste ano, menos da metade do recuo de 0,7% esperado pelo mercado e apenas um terço da redução de 0,9% registrada no primeiro trimestre do ano.

O índice teve a ajuda da corrida das empresas para recuperar o nível de produção após o devastador terremoto de 11 de março. A alta do iene e a desaceleração da economia global, no entanto, surgem como obstáculos a um crescimento sustentável.

"Tivemos algumas notícias que acalmaram o mercado. Os principais papéis subiram, o dólar também caiu bem, então podemos dizer que a semana começou bem", disse Dokuzian.

O diretor da Futura Corretora, André Ferreira, disse, no entanto, que a volatilidade deve continuar forte. "Os mercados caíram demais com a notícia do rebaixamento dos EUA, agora houve um ajuste. Mas a Europa continua sendo uma grande preocupação."

Os dois analistas concordam que, caso não haja o anúncio de novas medidas para lidar com o endividamento da Europa amanhã, após a reunião de Sarkozy e Merkel, os mercados podem voltar a cair em todo o mundo.

"Tem que sair alguma coisa, porque os dois [França e Alemanh] são os países com mais influência na Comunidade Europeia", disse Dokuzian.