Em entrevista à revista "Piauí", o presidente de Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, disse que só começaria a se preocupar quando denúncias que envolvessem a CBF passassem a sair no Jornal Nacional e não apenas no que chamou de "aquela patota": orgão de imprensa como Folha de São Paulo, L!, UOL e ESPN.

Neste sábado (13), o mandatário da CBF dormiu preocupado. O Jornal Nacional divulgou que a Polícia do Distrito Federal cumpriu no Rio mandado de busca e apreensão na sede da empresa de Marketing Ailanto, que em 2008, pouco mais de um mês após a sua fundação, obteve de Teixeira, segundo a polícia, a cessão de direitos sobre o amistoso Brasil x Portugal, que marcou a reinauguração do Bezerrão.

O caso é antigo, mas a novidade é o mandado de busca e apreensão, que dá à polícia a possibilidade de entrar na Ailanto para buscar documentos. A empresa está sendo investigada há dois anos por causa de suposta fraude na contratação para este evento.

Afinal, o amistoso, cedido a Ailanto sem licitação, custou aos cofres da capital federal R$ 9 milhões, sendo que na época o governador do DF, José Roberto Arruda (afastado em 2009), ignorou decisão da procuradoria do Distrito Federal que considerou imprestáveis os motivos dos valores do espetáculo.

E que tais despesas – que eram de responsabilidade da Ailanto Marketing – foram pagas pela federação brasiliense. A Ailanto pertence a Vanessa Almeida Preste e a Alexandre Rosell, também conhecido como Sandro, que hoje é presidente do Barcelona e foi presidente da Nike quando a empresa assinou contrato de fornecimento de material esportivo da Seleção. Rosell é amigo pessoal de Ricardo Teixeira.

Procurada pela reportagem do JN, a BF alegou que a cessão de direitos dos jogos da Seleção são de uma empresa da Arábia Saudita e que essa empresa é que deveria ter negociado com a Ailanto e que a CBF não tem relação com o caso.