Agência Brasil | 12 de agosto de 2011 - 09:34

Cai idade média dos mutuários da casa própria

O crescimento do mercado imobiliário do país tem colaborado para que os brasileiros consigam comprar a casa própria cada vez mais cedo. A idade média dos mutuários de financiamentos imobiliários tem caído consideravelmente ao longos dos últimos anos. A Caixa Econômica Federal, banco que financia a compra de cerca de 75% dos imóveis do país, informou que, até o final do ano passado, 42% dos mutuários do banco tinham menos de 35 anos de idade. No primeiro semestre deste ano, esse percentual subiu para 55%.

Assim como os jovens, mutuários da chamada classe C, com renda familiar mensal entre R$ 1.115 e R$ 4.807, também têm aumentado a participação nos financiamentos. Em 2001, respondiam por 26% dos contratos com uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Este ano, já são 80%.

Os dados foram apresentados ontem (11) pelo vice-presidente de Governo e Habitação da Caixa, José Urbano Duarte, durante a divulgação do balanço semestral do banco estatal. Para ele, a melhora das condições de financiamento e da economia nacional são as causas da mudança. “As pessoas estão conseguindo comprar sua casa mais cedo e, também, estão com mais coragem para assumir um compromisso de longo prazo. Isso é confiança na economia”, disse Duarte.

Essa melhora nas condições de financiamento se deve, em parte, à maior oferta dessa modalidade de crédito. Só a Caixa, por exemplo, aumentou 18 vezes o volume de recursos destinados a essas operações desde 2003. Naquele ano, o banco financiou R$ 5,1 bilhões em imóveis. Este ano, espera financiar mais de R$ 90 bilhões.

Só nos últimos 12 meses, a carteira de crédito imobiliário da Caixa cresceu 48,8%, chegando a R$ 129,3 bilhões. Desde janeiro, foram contratados R$ 45 bilhões em financiamentos, de acordo com o presidente do banco, Jorge Hereda.

Hereda disse que a carteira de crédito total da Caixa cresceu 38% em 12 meses, atingindo R$ 205,9 bilhões. Esse crescimento, principal responsável pelo lucro de R$ 2,3 bilhões do banco no primeiro semestre do ano, deve ser mantido, mesmo com um possível agravamento da crise mundial.

Hereda garantiu que a Caixa está preparada para enfrentar a crise. Disse que, assim como em 2008, o banco analisa a possibilidade de ampliar a concessão de empréstimos caso os bancos privados reduzam o crédito. “Não vamos antecipar uma crise que ainda não chegou. Mas, se os bancos privados recuarem, nós vamos ganhar mercado”, disse Hereda.