A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul apresentará, amanhã (5), um relatório da pesquisa sobre as “Boas Práticas de Atenção ao Parto Humanizado” à população e aos gestores na cidade de Bonito. O evento, coordenado pela defensora pública Thais Sagin, acontecerá na Casa da Memória Raída.

“A pesquisa consiste em um levantamento de dados que visa identificar os procedimentos e as condutas adotadas durante o pré-parto, o parto e o pós-parto. Para sua realização, elaboramos um questionário apresentado às mulheres atendidas pelo Hospital Darci João Bigaton em parceria com a Secretaria de Saúde de Bonito — MS. O preenchimento ocorreu após o parto, de forma voluntária”, explica a defensora.

Fruto da parceria entre o Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul (Nudem), a Coordenadoria de Pesquisa e Estudos da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul (CPES) e a Secretaria de Saúde de Bonito/MS, a pesquisa está prevista no Termo de Ajustamento de Conduta assinado pelo Município de Bonito, pelo Hospital Darci João Bigaton, pela Defensoria e pelo Ministério Público, visando implementar melhorias no atendimento à gestação e ao parto.

O levantamento de dados, sob a proteção e tutela da Defensoria Pública, esteve disponível por 13 meses, de setembro de 2022 a setembro de 2023, para ser respondido de forma voluntária.

Foram obtidas 162 respostas por meio da aplicação do formulário. Como a pesquisa incluía um espaço para identificação, assegura-se que cada resposta corresponde a uma pessoa diferente. A pesquisa foi desenvolvida com diferentes ramificações para coletar dados específicos sobre cada fase da gestação e do subsequente parto. A maioria das entrevistadas era composta por mulheres negras e brasileiras. Observou-se que as respondentes tinham, principalmente, entre 15 e 29 anos e estavam na primeira ou segunda gestação.

A maioria era formada por mulheres em união estável, que possuíam residências próprias. Quanto à escolaridade e situação ocupacional, a maioria das participantes tinha o ensino médio completo e eram donas de casa. No âmbito sociográfico, a pesquisa buscou entender e construir um perfil das mulheres atendidas pelo Hospital Darci João Bigaton, levantando dados como faixa etária, estado civil, situação habitacional, nível de escolaridade, entre outros.

Nas informações sobre o pré-parto, procurou-se compreender quais mulheres realizaram o pré-natal e de que forma. Observaram-se questões como a utilização do setor público durante o pré-natal, o conhecimento das gestantes sobre violência obstétrica e sobre a realização do parto, além de quantas elaboraram um plano de parto e como foi essa elaboração.

Sobre o parto, tentou-se identificar quantas mulheres desejavam partos normais ou cesarianos e quantas conseguiram realizar os procedimentos escolhidos, abordando os motivos principais para tais escolhas. Outro aspecto foi o procedimento do hospital no momento do parto, verificando se as condutas foram condizentes com as práticas de parto humanizado.

Nas informações do pós-parto, buscou-se entender como foi o primeiro contato entre as mães e os recém-nascidos, como elas vivenciaram aquele momento e como foi o tratamento do hospital. Outro dado levantado referiu-se aos métodos contraceptivos oferecidos pela instituição e a taxa de adesão das mulheres.

Por fim, as mulheres podiam comentar sobre suas experiências no pré-parto, parto ou pós-parto e dar sugestões para melhorar o atendimento da gestante/parturiente no hospital. Essas análises serão abordadas na conclusão deste trabalho, elucidando os principais pontos levantados pelas respondentes.

EVENTO:

Local: Casa da Memória Raída, localizada na Rua 29 de maio, 917, Centro, Bonito/MS

Data: 5/12/2023

Horário: 18h30