Estadão.com | 9 de agosto de 2011 - 09:00

Estudo aponta que tempestades no Sudeste do Brasil dobrarão em 60 anos

A incidência de tempestades e catástrofes naturais no Sudeste do Brasil deve dobrar nos próximos 60 anos por causa do aquecimento global, diz estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Com base em dados climáticos das últimas décadas, pesquisadores constataram que o aumento da temperatura do Atlântico no Hemisfério Sul e o resfriamento do Pacífico equatorial devem ampliar a ocorrência de fenômenos climáticos intensos. Nas regiões litorâneas, a ocorrência de eventos climáticos severos deve triplicar até 2070.

A pesquisa analisou a ocorrência de tempestades nas cidades de São Paulo, Rio e Campinas nos últimos 60 anos, calculando o efeito da variação da temperatura dos oceanos nas taxas de precipitação e na ocorrência de chuvas de granizo, raios, vendavais e tornados.

Segundo Osmar Pinto Júnior, coordenador do grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Inpe, o Sudeste deve ser atingido por um número cada vez maior de desastres naturais nas próximas décadas, caso sejam mantidas condições como o ritmo de crescimento da temperatura do Atlântico e o resfriamento do Pacífico causado pelo fenômeno La Niña.

O Inpe também anunciou que desenvolverá um novo sistema integrado de monitoramento atmosférico para detectar a ocorrência de raios nas nuvens, o que serve como indicativo da ocorrência de tempestades. O Sistema Brasileiro de Detecção de Descargas atmosféricas (BrasilDat) receberá informações de 75 sensores, que poderão detectar atividade elétrica em nuvens e permitirão a geração de alertas para chuvas severas com até 30 minutos de antecedência.

O sistema será instalado até o fim de 2012, com um custo de R$ 10 milhões. O modelo será um aprimoramento do Rindat, conjunto de sensores de 1998.