Revista Veja online | 5 de agosto de 2011 - 11:29

Amizade do homem com o cão teria começado há mais de 33 mil anos

A amizade entre homens e cães pode ter começado há mais tempo do que se pensava: cientistas encontraram o crânio de um cão domesticado 33.000 anos atrás nas montanhas Altai, na Sibéria. O fóssil, relativo a um espécime que viveu antes da Era do Gelo, ocorrida há 20.000 mil anos, apresenta algumas das características de cães modernos. Um artigo sobre a descoberta foi publicado no periódico científico especializado PLoS ONE.  

Segundo o artigo, o focinho tem tamanho similar ao de cães que habitavam a Groenlândia há 1.000 anos, e seus dentes se assemelham aos de lobos selvagens europeus que viveram 31.000 anos atrás. Isso indicaria um estágio muito preliminar de domesticação - e está longe de determinar se, naquele período, a lealdade do homem era recíproca. 

Acredita-se que a domesticação do cachorro, o primeiro animal a conviver com humanos, foi um processo muito lento. A teoria mais aceita afirma que a aproximação se intensificou há cerca de 11.000 anos, junto com a agricultura. A partir daí as sociedades humanas passaram a ter excedentes de alimentos, atraindo alguns lobos mais mansos e menores. O homem oferecia comida, e o animal retribuía dando proteção contra predadores. Os mais dóceis foram 'adotados' pelos humanos que, por meio de seleção artificial, passaram a criar filhotes cada vez mais domesticáveis, até o ponto de se comportarem como os cachorros de hoje.

As raças caninas, contudo, são bem mais recentes. Estima-se que a mais antiga, com alguns milhares de anos de idade, seja o husky siberiano. A raça akita, do Japão, tem cerca de mil anos. Raças como o pastor alemão tem cerca de 300 anos e são frutos de seleção organizada por criadores especializados.