Folha.com | 4 de agosto de 2011 - 14:18

Temor de recessão derruba Bovespa e mercados no exterior

A preocupação com uma nova onda de recessão global, puxada pela estagnação da economia dos EUA, e com os problemas fiscais em países da zona do euro levou as Bolsas ao redor do mundo a despencarem nesta quinta-feira. No Brasil, a Bovespa chegou a cair mais de 6% por volta das 13h.

O Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa paulista, tem desvalorização de 5,26%, aos 53.069 pontos. Nos EUA, o Dow Jones cai 2,90%.

O dólar comercial é negociado por R$ 1,582, em alta de 1,21%. A taxa de risco-país marca 180 pontos, número 9,75% acima da pontuação anterior.

Desde o início da semana, os investidores mantêm um forte movimento de venda de ações, preocupados com uma possível estagnação da economia norte-americana e uma nova recessão global.

Diversos indicadores divulgados nos últimos dias apontam para uma desaceleração do ritmo de crescimento, e os operadores temem que o projeto aprovado no país nesta semana para elevar o teto da dívida possa colaborar com o arrefecimento, já que prevê cortes de gastos do governo nos próximos anos.

Antes da abertura dos mercados, um relatório do Departamento do Trabalho apontou que o número de pessoas que se inscreveu para receber o auxílio-desemprego pela primeira vez chegou a 400 mil na semana passada, praticamente estável em relação à semana anterior.

Na Europa, as preocupações sobre uma possível necessidade de ajuda da União Europeia para Itália ou Espanha ajuda a derrubar as ações.

Hoje, o BCE (Banco Central Europeu) anunciou a volta das compras de bônus e a criação de uma linha adicional de liquidez para bancos. A Bolsa de Londres caiu 3,42%; Frankfurt teve queda de 3,40%.

SEGURANÇA

O pânico nos mercados globais leva os investidores a buscarem ativos considerados mais seguros, como títulos do Tesouro dos EUA e o ouro. Por conta disso, os rendimentos dos Treasuries (os títulos norte-americanos) de 10 anos caíam para menos de 2,5%, o menor nível desde novembro de 2010.

O ouro à vista operava em alta, para US$ 1.656,79 a onça, tendo chegado ao recorde de US$ 1.681,67.