Folha.com | 1 de agosto de 2011 - 08:02

Acordo sobre dívida dos EUA será feito no prazo, diz Obama

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um pronunciamento rápido na noite deste domingo sobre a renegociação do aumento do teto da dívida dos Estados Unidos.

Em um período de aproximadamente cinco minutos, Obama declarou a garantia de que o acordo será feito dentro do prazo (cuja expiração ocorre em 2 de agosto), e que "os líderes de ambos os partidos desejam o acordo".

O presidente também disse que o corte de gastos do país deve ser de US$ 1 trilhão ao longo de dez anos. Tanto os republicanos quanto os democratas concordam com a meta, segundo o presidente.

Após o comunicado, Obama saiu sem falar com os jornalistas.

Os mercados reagiram bem à declaração do presidente dos Estados Unidos: a bolsa japonesa teve ganho de 1,6%, enquanto o euro teve crescimento sobre o dólar e o iene, segundo o "The Wall Street Journal".

Minutos antes, o blog do jornal afirmou que ainda não há acordo entre o presidente Barack Obama e os republicanos, creditando a informação a uma fonte da Casa Branca ouvida pela agência Associated Press.

A informação do diário econômico norte-americano vem na contramão do que foi divulgado hoje pelo líder democrata Harry Reid: ele declarou que a negociação com o presidente Barack Obama e com os republicanos para aumento do teto já chegara à conclusão. Agora, segundo informou o gabinete de Reid às emissoras NBC e CNN, o acordo dependeria apenas de ratificação dos parlamentares do Partido Democrata.

NOVELA

O aumento do teto da dívida deve acontecer a fim de evitar que o país entre em default (suspensão de pagamentos), ao atingir o limite de seu endividamento na terça-feira.

Também hoje, o Senado americano travou a tentativa do líder democrata, Harry Reid, de colocar sua nova proposta sobre o aumento do teto da dívida dos Estados Unidos em votação para evitar que o país entre em default (suspensão de pagamentos), ao atingir o limite de seu endividamento na terça-feira.

Com o resultado de 50 votos a 49, o plano do senador Harry Reid não conseguiu a maioria necessária (60 votos) para avançar.

Com a votação emperrada, as negociações sobre o assunto continuam hoje. A sessão, que estava prevista anteriormente para a 1h de hoje no horário local, havia sido adiada 12 horas dar mais tempo às conversas dos democratas com os republicanos sobre um acordo bipartidário.

Mesmo que a proposta passe no Senado, ela ainda precisará ser votada na Câmara de Representantes, onde a oposição republicana possui a maioria das cadeiras.

O líder republicano, Mitch McConnell, disse mais cedo que os negociadores do deficit estavam perto de um acordo de US$ 3 trilhões em cortes de gastos e que o plano incluiria um aumento de US$ 2,4 trilhões no limite do endividamento dos Estados Unidos --atualmente em US$ 14,3 trilhões. O novo valor seria suficiente para o governo arcar com suas obrigações até 2012.

Na sexta-feira, os senadores recusaram o plano republicano sobre o tema, que havia sido aprovado cerca de duas horas mais cedo pela Câmara de Representantes. A proposta, apresentada pelo presidente da Câmara, o republicano John Boehner, buscava elevar o teto da dívida americana em duas etapas.

Sem o aumento do teto da dívida até 2 de agosto, os americanos podem enfrentar elevação da taxa de juros e a queda do dólar. Com o aumento do custo das taxas de empréstimo, hipotecas e empréstimos estudantis ficam mais caros e o efeito é sentido por grande parcela da população.

As controvérsias, entretanto, prosseguiram no começo da noite. Democratas da Câmara de Representantes (deputados) dos Estados Unidos podem se opor ao acordo de teto da dívida, cuja finalização foi anunciada hoje pelo senador Harry Reid, também democrata. A declaração foi dada pela líder do partido na Câmara, Nancy Pelosi.

"Nós podemos não apoiar isso", declarou a deputada a repórteres nos Estados Unidos.