MS Notícias/Assessoria | 27 de julho de 2011 - 08:18

Projeto aposta na internet para divulgar folclore de MS

Indexação, rankeamento, SEO. Os termos podem ser pouco familiares para a maioria, mas já fazem parte da vida daqueles que se dedicam a produção de conteúdo para a internet. Com a quantidade de dados disponíveis na rede mundial de computadores, estar online nem sempre é garantia de que determinada informação vai ser capaz de chegar ao usuário. O gerenciamento correto das ferramentas disponíveis na web pode ser o pontapé inicial para uma divulgação bem sucedida.

Técnicas de otimização de conteúdos da web foram os aliados escolhidos pelos jornalistas Andriolli Costa e Laryssa Caetano para promover não apenas suas matérias, vídeos ou fotos, mas sim todo um Estado. Os dois são os gestores do projeto da Revista Eletrônica Poranduba (www.revistaporanduba.com.br); website especializado na promoção, divulgação e valorização da cultura popular de Mato Grosso do Sul, que entrou oficialmente no ar nesta quarta-feira (27).

“Poranduba vem do Tupi e significa ‘histórias fantásticas’. Aquilo que entendemos hoje como mitos e lendas”, esclarece Andriolli Costa. No site, no entanto, o entendimento foi extrapolado. “Trabalhamos como fantásticas as histórias de vida de cada personagem que compõe o mosaico da cultura popular no Estado”. Artesanato, música e danças folclóricas, festas populares e comidas típicas são alguns dos temas abordados na Revista Eletrônica.

Mais do que conteúdo autoral, a proposta do site é servir como repositório de saberes. “É como um banco de dados. Atual, como o jornalismo deve ser, mas atemporal, permitindo consultar as mudanças sofridas pela cultura ao longo do tempo”, propõe Laryssa Caetano. Para isso, o website disponibiliza também o clipping de matérias sobre o folclore local de outros veículos, corretamente indexados e identificados na rede. Assim, permite-se a perpetuação de conteúdos que poderiam ter sido simplesmente esquecidos numa página de jornal antigo.

Otimização

A produção de conteúdo próprio relevante aliada ao clipping é um começo, mas não é suficiente para bons resultados de SEO, termo em inglês para a otimização dos mecanismos de busca – que indica o quão fácil é para sites como Google ou Yahoo localizarem a sua página. Resultados efetivos levam em conta desde a estrutura com que o site foi construído, instalação dos plugins corretos e até a escolha de palavras-chave.

Exemplo prático disso é quanto a preferência entre as palavras cultura popular e folclore. Ainda que de acordo com a Carta Nacional do Folclore (1995) as duas sejam sinônimos, o Google regista atualmente 1,5 milhão de buscas por “folclore”, contra apenas 90 mil da outra. Com um conteúdo pensado para a web, a própria redação jornalística acaba se tornando diferenciada. “Por que eu vou me preocupar em evitar repetição de palavras, como ‘comida típica’, se eu sei que tem 1 milhão de buscas por esse termo na internet?”, questiona Andriolli.

Identidade

O surgimento de um projeto como Poranduba vem como resposta a uma afirmação muito frequente no senso comum do sul-mato-grossense: a de que o estado não teria uma cultura própria, seja por ser relativamente novo, seja pela grande miscigenação de povos paraguaios, indígenas, japoneses, sulistas e nordestinos.

“Essa é uma discussão antiga. Dez anos atrás, a folclorista Marlei Sigrist já rebatia esses argumentos”, relembra Laryssa. De acordo com Sigrist, os questionamentos são uma “bobagem”. Ainda que a criação de Mato Grosso do Sul date de 1977, muito antes disso as pessoas já viviam suas histórias e formavam suas próprias territorialidades no antigo sul do Mato Grosso.

Quanto à miscigenação, é a jornalista que defende. “As pessoas ainda se questionam o que elas são; se são isso ou aquilo. Não percebem que é justamente essa mistura que as caracteriza. É essa a sua cultura".

Serviço

A Revista Eletrônica Poranduba é um projeto aprovado no Fundo Municipal de Incentivo à Cultura (FMIC 2010) e conta com apoio da Prefeitura Municipal de Campo Grande por meio da Fundação Municipal de Cultura (Fundac).