Folha.com | 27 de julho de 2011 - 17:15

Bateria transparente e flexível funciona, diz estudo nos EUA

Uma bateria transparente e tão flexível que poderia ser enrolada e enfiada no bolso é a aposta de pesquisadores da Universidade Stanford (EUA) para a próxima geração de smartphones e outros eletrônicos portáteis.

O grupo liderado por Yi Cui apresentou a ideia em artigo na edição desta semana da revista científica "PNAS". O protótipo da bateria conseguiu alimentar um LED (componente emissor de luz comum em vários aparelhos, como controles remotos).

A tecnologia, segundo seus criadores, poderia chegar ao mercado em até quatro anos. Como é baseada em lítio, mesmo elemento-chave das baterias dos laptops e outros eletrônicos, seria relativamente fácil adaptá-la aos produtos já existentes.

ÚLTIMA BARREIRA

Hoje, a necessidade de baterias é a última barreira para a criação de aparelhos flexíveis e transparentes. O problema, escrevem os pesquisadores na "PNAS", é a densidade de energia que é possível "empacotar" no objeto.

Isso porque, em tese, para que uma quantidade decente de energia caiba na bateria, ela precisa ser relativamente grossa. E, com componentes espessos, o olho humano acaba captando o conjunto como algo opaco, e não transparente.

Os pesquisadores de Stanford conseguiram contornar o problema fazendo com que os eletrodos da bateria formassem um padrão de xadrez com linhas extremamente finas, que o olho nu não capta.

Essas linhas foram desenhadas sobre um composto de silício que já é muito usado pela indústria.

Usaram também um gel transparente e uma embalagem de plástico para o conjunto, que garantem a flexibilidade do componente.

Ainda assim, a densidade de energia fica um pouco prejudicada. É preciso levar em conta a relação custo-benefício entre transparência e potência, segundo Cui, uma transparência de uns 70% é o ideal por enquanto.