Revista Veja online | 26 de julho de 2011 - 16:46

Nova terapia celular poderá melhorar tratamento contra o câncer

Uma das terapias celulares mais recentes para aumentar as defesas do corpo contra o câncer é chamada de transferência de células adotivas. No tratamento, o paciente recebe uma injeção terapêutica de suas próprias células do sistema imunológico. No entanto, essa terapia, atualmente em fase de testes clínicos para melanoma e neuroblastoma, tem suas limitações. Isso porque remover as células do sistema imunológico de um paciente e cultivá-las fora do corpo, para depois reinjetá-las, é um procedimento extremamente caro e nem sempre tecnicamente viável.

Para driblar esses problemas, cientistas do Instituto Weizmann testaram em camundongos uma nova maneira de transferência de células adotivas. A nova técnica supera essas limitações porque as células a serem colocadas no organismo são de um doador – e não mais do próprio paciente. Assim, essas células podem ser preparadas com antecedência, além de serem equipadas com receptores que identificam o tumor e acabam por promover, assim, sua destruição.

Durante o estudo, os cientistas primeiro suprimiram o sistema imunológico dos camundongos com doses relativamente leves de radiação. Eles, então, administraram uma dose controlada das células T do doador. A leve supressão do sistema imunológico preveniu temporariamente que as células T do doador fossem rejeitadas pelo recipiente, mas não impediu que elas atacassem o corpo do receptor, principalmente o tumor.

A nova abordagem se mostrou tão eficaz porque o atraso na rejeição do corpo receptor proporcionou tempo suficiente para que as células conseguissem destruir o tumor. De acordo com os pesquisadores, se o método funcionar tão bem no homem como nos camundongos, poderá levar a uma terapia celular acessível para uma variedade de cânceres.