Campo Grande News | 21 de julho de 2021 - 10:58 LOCKDOWN EM CIDADE DE MS

Cidade de MS decreta 'lockdown' de 4 dias e manda população estocar alimentos

FOTO: O CORREIO NEWS

A Prefeitura de Chapadão do Sul, a 321 km de Campo Grande, decretou lockdown de quatro dias e determinou que a população estoque alimentos entre sexta-feira (23) e segunda-feira, período em vigor do decreto que determina fechamento até mesmo de supermercados, atividade considerada essencial.

A justificativa do prefeito João Carlos Krug (PSDB) é de que somente na semana passada o município registrou nove óbitos relacionados à doença. Também apontou que houve relaxamento por parte da população.

Segundo o prefeito, nem mesmo atividades de entrega serão permitidas pelos supermercados. “A gente entende que são essenciais. Ouvimos o nosso comitê de covid e avaliamos que seja fechado. Fecha conveniência, mas mercado vende as mesmas coisas e está aberto. Então vamos fazer para todos”, explica.

O decreto publicado na terça-feira aponta que ficam suspensas de 21 a 27 de julho festas, como aniversários, casamentos, batizados, reuniões familiares, e atividades esportivas, entre elas atividades físicas, como academias, estúdios ou quadras, campos e ginásio de esportes.

A partir de sexta-feira, ficam proibidas atividades escolas, comerciais, entre elas supermercados, bares e conveniências, empresariais, de prestação de serviços, de serviços públicos, esportivas, recreativas e religiosas. Estão liberados comércios de fornecimento de medicamentos e de combustíveis, construção civil, agropecuárias e produção de derivados da cana-de-açúcar e milho. Restaurantes estão autorizados a funcionar, mas somente no sistema de delivery.

Revolta – O decreto revoltou representantes do comércio. O presidente da Amas (Associação dos Supermercados de Mato Grosso do Sul), Edmilson Verati, anunciou que vai acionar a Justiça contra o lockdown de quatro dias em Chapadão do Sul.

Na avaliação da entidade, não há justificativa para uma medida tão “drástica e tardia”, quando Mato Grosso do Sul começa a flexibilizar ações por conta dos números que indicam queda de casos e de internações, com sobra de vagas em hospitais.

Nem Dourados, município com decretos mais radicais até agora, fechou supermercados durante a pandemia, atividade considerada essencial.

“Faltou estudo, nada justifica uma atitude assim Vai causar caos na população. É totalmente arbitrário. Baseado em que estudo cientifico ele vai fechar tudo?”, questiona o presidente da Amas. Ele lembra que juridicamente o decreto também é contestável. “É atividade essencial. Fechou alimento e deixou farmácia e posto de combustível abertos... Como assim?”.

O presidente avalia que a posição pode ser eleitoreira porque "isso dá mídia”. “Mas é tão irresponsável. Qual o intuito de fazer isso sem ouvir a sociedade e tomar uma atitude que impacta na vida de 30 mil pessoas?”, questiona. Na análise dele, o prefeito vai conseguir superlotar cidades vizinhas. “Isso não vai segurar ninguém em casa. O que vai acontecer? A população vai aglomerar as cidades vizinhas. Goiás está a 40 quilômetros de Chapadão”, completa.