Campo Grande News | 13 de abril de 2021 - 18:39 FALTA DE OXIGÊNIO

GUIA LOPES e mais 07 municípios de MS relatam dificuldade no abastecimento de oxigênio

Em duas cidades, a previsão era de que o insumo, essencial para o tratamento de pessoas com a forma grave da covid-19

Mini usina de oxigênio alugada pela prefeitura de Rio Negro (Foto: Divulgação/Prefeitura de Rio Negro)

Em duas cidades, a previsão era de que o insumo, essencial para o tratamento de pessoas com a forma grave da covid-19, durasse apenas dez dias, acabando nesta semana. Em outras cidades, pacientes conseguiram vaga quando a disponibilidade já estava no limite.

Preocupação quanto ao fornecimento do insumo foi verificada em, pelo menos, oito secretarias municipais de saúde. A pesquisa, realizada com 2.465 municípios em todo o país, incluía 21 prefeituras do Estado, porém, apenas 11 responderam ao questionamento relativo ao item.

Nova Alvorada do Sul, Brasilândia, Anaurilândia, Corumbá, Itaporã, Glória de Dourados, Laguna Caarapã e Guia Lopes da Laguna estão entre os que relatam dificuldade na aquisição de oxigênio.

O município de Anaurilândia, por exemplo, relatou que estava precisando ir buscar em Dourados, pois a empresa não está conseguindo entregar devido ao aumentou da demanda nesses últimos meses.

Em Corumbá, a preocupação é com a oferta de cilindros. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Rogério Leite, o hospital municipal montou uma usina com tanque para manter a disponibilidade de O2. “A dificuldade está em relação a disponibilidade de cilindros para todos os municípios. Não só Corumbá”.

A média de oxigênio utilizada no município de Bodoquena passou de 500 litros por mês para 7.500 com o aumento no número de pacientes internados, conforme o levantamento. “O município é distante da capital e o caminhão que nos abastece sempre chega com carga mínima”.

O cilindro também é um problema para a saúde municipal. Conforme o relato, é preciso buscar todos os dias os cilindros cheios na capital. É possível transportar apenas cinco por vez devido a capacidade do carro.

Em Laguna Caarapã, a demora é de até 36 horas para o abastecimento. “Estávamos com quatro pacientes internados a 10 dias atrás. Quase faltou, não faltou porque conseguimos vaga na UTI no município vizinho”, relatou.(Arte: Thiago Mendes)
Deram jeito – Os municípios de Rio Negro, Caracol e Paranaíba também responderam o questionário, porém, estão conseguindo lidar com a situação.

Se respondesse ao questionário a 15 dias antes, o prefeito de Rio Negro, Cleidimar da Silva (PSDB) daria resposta tão preocupante quanto a de outros municípios. Porém, afirma que, apesar das falta de leitos, consegue manter os pacientes graves abastecidos de oxigênio, pois, alugou, por R$ 15 mil ao mês uma mini usina para dobrar o fornecimento.

“Economizados no transporte. Teve final de semana que chegamos a ir quatro vezes em Campo Grande buscar oxigênio. Pegamos emprestados em São Gabriel e Corguinho”, explicou.


Com a medida, o município não chegou a registrar falta do insumo. “Há um mês atrás percebemos o aumento o consumo e vamos atrás de ver os custos com medo de faltar”, explicou. Pelo menos, quatro pacientes estão internados hoje em estado grave em Rio Negro.


Nacional - O levantamento do Conasems, com 2.465 municípios em todo o país, mostra que 1.105 deles, ou 47%, temem faltar oxigênio nos próximos dez dias.

Questionadas se as cidades teriam capacidade de suportar aumento na demanda, com aumento de casos, 65,1% disseram que não teriam mais oxigênio para os pacientes.