Na linha de frente, mulheres fazem gestão de excelência no combate da pandemia da Covid-19
Multitarefas, elas se destacam ao conciliar vida pessoal e profissional durante a pandemia
A pandemia impôs barreiras e grandes desafios para o mundo, e um dos destaques desse período se destina a atuação de mulheres que vem fazendo gestão de excelência nas ações de enfrentamento e combate ao novo coronavírus, seja como profissionais de saúde, cuidadoras, cientistas, organizadoras comunitárias, ou líderes exemplares. Vale lembrar que grande parte dessas mulheres são multitarefa, pois conciliam vida profissional com os cuidados do lar, dedicação com os filhos, estudos, e fazem tudo com maestria.
Pesquisa realizada em 17 países pelo grupo Women Deliver, com sede em Nova York, e a Focus 2030, uma organização francesa de pesquisa, mostrou que sete em cada dez trabalhadores da linha de frente são mulheres. Estudos também indicam que devido as diferenças neurológicas e comportamentais as mulheres tendem a ter mais empatia, o que auxilia no combate a pandemia.
Nascida em Campo Grande, cristã e atualmente com 53 anos, ela se considera uma mulher comum. Perdeu os pais muito cedo, foi criada pelos avós, entrou na faculdade aos 16, casou-se aos 22, foi mãe aos 24, e destaca que tudo que conquistou foi fruto de muito estudo e trabalho. Christinne acredita que cada passo de sua trajetória a preparou para estar na linha de frente da pandemia, desafio que encara com naturalidade.
“Fui preparada, Deus me capacitou para isso. Porque eu trabalho com a pesquisa clínica com sequenciamento genético. Sempre fui muito reservada, não gostava nem de tirar foto. Mas chegou um momento da minha vida, que eu entendi que essa era uma missão que me foi confiada e a aceitei na sua inteireza. E isso significa fazer o melhor de mim em todos os espaços. É uma missão de cuidado, de amor ao próximo, de saúde e de qualidade de vida”, afirma Christinne que tem doutorado em saúde pública.
O sentimento de missão é compartilhado pela gerente técnica de imunização e coordenadora de vigilância epidemiológica da SES, Ana Paula Rezende de Oliveira Goldfinger. Para ela o maior desafio é conciliar o momento profissional de pandemia com a vida de filha, esposa, mãe e mestranda. "A maior fragilidade que tenho encontrado enquanto mulher é realmente conseguir conciliar esse contexto vivenciado de tribulação da Covid com o âmbito familiar. Não poder ofertar aos meus filhos a atenção que eu acho que a idade exige", avalia.
Embora se sinta frágil diante do atual momento, Ana Paula afirma ser uma mulher realizada e está confiante de que a batalha será vencida. “Tenho certeza que isso é passageiro, que logo voltaremos a normalidade. Acredito que tenho um propósito, aceitei essa missão. Então eu pretendo e tenho que viver essa missão da melhor forma possível. É uma honra trabalhar na imunização nesse momento de extrema necessidade. Vamos vencer, estamos trabalhando para isso”, destaca a enfermeira que é servidora de carreira há 10 anos.
O tema lançado pela ONU Mulheres para celebrar este 8 de março destaca os inúmeros esforços para construção de um futuro igualitário e recuperação da pandemia: “Mulheres na liderança: Alcançando um futuro igual em um mundo de COVID-19″.