Jornal O Globo | 18 de julho de 2011 - 07:16

Cidade no Rio de Janeiro proibe som eletrônico para proteger seresta e atrair turista

Assim como o samba foi considerado patrimônio cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o prefeito de Valença, Vicente Guedes (PSC), decretou que a seresta é patrimônio histórico municipal e proibiu o som amplificado nas ruas e nos bares de Conservatória, distrito do município da região do Médio Paraíba.

O excesso de barulho eletrônico estava irritando os turistas e prejudicando a famosa serenata que percorre ruas do Centro às sextas e aos sábados. O cortejo, que também vai a hotéis, é uma das principais atrações de Conservatória e atrai turistas de todo o Brasil, principalmente cariocas, paulistas e mineiros. Esses últimos tiveram o caminho facilitado com a ligação direta até Conservatória por rodovias recentemente pavimentadas.

- A comunidade, os turistas e os seresteiros pediam essa norma há muito tempo porque muitas pessoas estão perdendo a noção de cidadania. Em Conservatória, a seresta é cantada à capela, no gogó. Muitas vezes, pessoas inescrupulosas abriam a mala dos carros e ligavam um som eletrônico absurdamente alto - explica Paulo Roberto Santos, hoteleiro e presidente do Conselho de Turismo do Vale do Café (Conciclo), acrescentando que embora seja um patrimônio imaterial, a seresta é a maior riqueza econômica de Conservatória.