Revista Veja online - agência EFE | 15 de julho de 2011 - 16:03

Comportamento: ocupar posição de comando não compensa stress elevado

Estar no topo da sociedade aumenta o stress hormonal e acarreta um custo psicológico maior do que se pensava. É a conclusão de um estudo realizado em um grupo de babuínos selvagens pela Universidade de Princeton e publicado na revista Science.

A pesquisa foi baseada em uma amostra de 125 machos adultos de cinco grupos sociais diferentes de uma comunidade de babuínos do Quênia. Durante nove anos, os pesquisadores mediram os níveis de testosterona e glicocorticoide nas fezes dos macacos. Segundo a pesquisa, o stress sofrido pelos animais de categoria superior ocorre devido à elevada energia gasta para manter sua posição.

Trabalhos anteriores afirmavam que as vantagens de estar no alto da hierarquia social, como maior acesso a alimentos e relações sexuais, superavam os inconvenientes. Por isso, consideravam que os chamados "machos alfa" sofriam menos estresse que os de outra categoria.

Uma conclusão importante do estudo é que, para alguns animais, e possivelmente também para os humanos, ocupar a posição mais alta em uma sociedade implica custos e benefícios únicos, que podem persistir na estabilidade ou na mudança da ordem social, explicou o chefe da pesquisa, Laurence Gesquiere.

Susan Alberts, que também participou da pesquisa, concluiu: "O tamanho da amostra e o período estudado permitem que os resultados não dependam das características de cada indivíduo particular, e reflitam os efeitos no longo prazo de ocupar uma posição alta na sociedade".