Folha.com | 4 de julho de 2011 - 08:03

Onda de ataques de hackers reacende temor de guerra cibernética

Em 2007, um apagão afetou instalações da Vale. Embora o governo brasileiro negue, o americano afirma que foi resultado de ataque de hackers.

E Richard Clarke, "czar" antiterrorismo dos governos Bush e Clinton, diz que os EUA têm de se preparar para "o que aconteceu no Brasil, onde hackers derrubaram a energia".

O general José Carlos dos Santos, que vai dirigir o CDCiber (Centro de Defesa Cibernética), está lendo "Cyber War" (guerra cibernética), de Clarke.

O livro diz que, apesar da criação pelos EUA do Comando Cibernético em 2010, um dos modelos para o CDCiber, ele se limita à defesa de redes do governo, deixando sem proteção "o sistema bancário e as redes de transporte e energia".

Embora tenham ocupado manchetes, os ataques do Lulz-Sec e do Anonymous não são a maior preocupação.

Com a descoberta do vírus Stuxnet em 2010, que atingiu o projeto nuclear do Irã e foi creditado a Israel, o risco de guerra cibernética tornou urgentes os projetos de defesa.

Clarke teme ataques chineses. E a China teme os EUA. Suas forças armadas anunciaram que "os militares americanos aceleram a corrida pelo controle militar on-line", exigindo que Pequim "acelere os passos para criar um forte exército de internet".